Nesta quarta-feira (12), a atriz Ilva Niño, famosa por interpretar a empregada Mina na novela “Roque Santeiro”, faleceu no Rio de Janeiro. Ela estava internada no Hospital Quali, em Ipanema, desde 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca.
Ilva Niño, em participação na novela ‘Cheias de Charme’ — Foto: Estevam Avellar/TV Globo
Ilva foi casada com Luiz Mendonça e teve um filho, Luiz Carlos Niño, ambos já falecidos. Sua carreira na televisão incluiu mais de 30 novelas e várias participações em séries.
O corpo de Ilva será cremado nesta quinta-feira, embora o local e o horário ainda não tenham sido definidos até a última atualização desta reportagem.
Nascida em Floresta, Pernambuco, em 15 de novembro de 1933, Ilva Niño iniciou sua trajetória nas artes cênicas enquanto cursava a Escola Normal. Ela participou de um curso de teatro grego ministrado por Ariano Suassuna e atuou na montagem amadora de “Antígona”, de Sófocles.
Apaixonada pelo teatro, ela começou sua carreira no Movimento de Cultura Popular durante o governo de Miguel Arraes, nos anos 1960. Com o golpe de 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro com o marido. Já conheciam a cidade, pois haviam se apresentado em um festival de teatro com “O Auto da Compadecida” em 1957, peça que rendeu a Ariano Suassuna o prêmio de melhor autor.
Ilva também atuou em peças como “O Berço do Herói” e “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes. Com a contratação do escritor pela Globo, a atriz participou de várias produções, incluindo “Verão Vermelho” (1969), “Bandeira 2” (1971), “A Patota” (1972), “Gabriela” (1975), “Pecado Capital” (1975) — quando interpretou a mãe das personagens de Betty Faria e Elizangela —, “Sem Lenço, sem Documento” (1977) e “Feijão Maravilha” (1979).
Seu grande sucesso veio com “Roque Santeiro” (1985), onde deu vida à personagem Mina, a empregada doméstica e confidente da viúva Porcina.
Além de sua carreira artística, em 2016, Ilva Niño promoveu a reabertura do Teatro Niño de Artes Luiz Mendonça, na Lapa, região central do Rio. O local, fechado por 2 anos, voltou a receber espetáculos teatrais e musicais, sendo uma homenagem ao dramaturgo e diretor Luiz Mendonça, falecido em 1995.