Em sua primeira entrevista coletiva após deixar o governo, o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou seu compromisso com a ciência econômica. Ele afirmou que, se a antiga equipe econômica voltasse ao poder, continuaria promovendo privatizações.
Guedes destacou a importância de acreditar na ciência e criticou os “negacionistas”. Para ele, há um caminho claro para a prosperidade baseado nas ciências econômicas.
Durante a entrevista, o ex-ministro também mencionou o regime de capitalização da Previdência, defendendo-o como uma alternativa para enfrentar o déficit previdenciário. Ele citou o exemplo do Chile, que obteve crescimento econômico sustentado após adotar esse modelo.
Além disso, Guedes explicou o “protocolo de crise” deixado pelo governo Bolsonaro para lidar com situações como as chuvas no Rio Grande do Sul. Esse protocolo envolve transferências diretas de recursos para pessoas e empresas afetadas, visando ao melhor funcionamento da democracia.
O ex-ministro também relembrou desafios enfrentados durante sua gestão à frente das finanças do país, conforme retratado no documentário “O Caminho da Prosperidade”, lançado em Nova York.
“Lutamos juntos contra adversários imponderáveis, como a covid. Da mesma forma que muita gente nos ajudou, teve gente subindo em cadáveres para fazer política. Lembro de uma pessoa específica que trabalhava pelo impeachment [de Bolsonaro] que me disse: ‘Você tem que deixar o governo, pensar na sua biografia’. Respondi: ‘Leva um ano para fazer um impeachment e mais um ano para fazer uma eleição. Você prefere que durante dois anos o país viva um caos porque você quer atingir seu objetivo político?’. Isso para mim é ignóbil, é algo torpe e impensável. Cada um fez o melhor que pode, entre os que estavam bem-intencionados”, afirmou Guedes.
“Você me pergunta: valeu a pena ficar lá em Brasília apanhando o tempo inteiro, de covid, da mídia, da oposição, dos ministros ‘fura-teto’? Valeu a pena. São 200 milhões de brasileiros que você pôde ajudar, porque eu tinha um time maravilhoso, formidável”, disse Guedes.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve presente no evento e ouviu uma brincadeira de Guedes.
Ao ser indagado se Tarcísio seria presidente, Guedes, abraçando ao governador, respondeu em tom de brincadeira: “Esse cara é maravilhoso, melhor governador disparado no Brasil. É questão de tempo, vai ser presidente do Brasil, todo mundo já sabe disso”.
No dia anterior, na segunda-feira (13), a produção encomendou uma transmissão de 15 segundos em um telão na Times Square para a divulgação do filme. A produção do documentário não divulgou os custos para a veiculação do vídeo.