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A Destinus revelou dois programas de drones capazes de tomar decisões para disparar armas. O “Hornet” foi projetado para destruir outros drones, enquanto o Destinus G é um caça não tripulado especializado em combate aéreo, sem precisar que uma pessoa tome as decisões.
A Destinus ganhou fama há apenas um ano com seu projeto de aeronave comercial hipersônica apresentado no Paris Air Show e depois na Vivatech. A startup suíça, que agora tem escritório em Paris, atua simultaneamente no setor militar. Esta empresa, fundada pelo russo Mikhail Kokorich, também forneceu secretamente centenas de drones para a Ucrânia.
Drone Lord
A Destinus desenvolveu inicialmente o Lord, um drone projetado para coleta de inteligência, interferência eletrônica e interceptação eletromagnética. Este modelo não utiliza GPS e não é pilotado remotamente. Uma inteligência artificial analisa o terreno sobre o qual sobrevoa.
Um modelo mais sofisticado, o Hornet, está em preparação, conforme revelou o dirigente do BFM Business em janeiro passado. Numa entrevista concedida ao meio de comunicação finlandês Yle, Mikhail Kokorich detalhou este programa que visa não apenas mapear ou servir como retransmissor de telecomunicações. O Hornet também será capaz de destruir drones russos em voo graças a uma Inteligência Artificial que permite rastreá-los.
Drone Hornet
A Destinus, que pretende entregar estes drones à Ucrânia, contextualiza o tema afirmando que na Ucrânia, os alvos do Hornet poderiam ser, por exemplo, os drones Shahed, de movimento lento, ou os drones de reconhecimento russos que revelam, por exemplo, a localização de artilharia ucraniana.
Nesta entrevista à imprensa finlandesa, Mikhail Kokorich manifestou o desejo de ir ainda mais longe. O dirigente anunciou que dentro de 3 a 5 anos iniciará a produção do Destinus G, nova geração de drones. Seria um caça a jato não tripulado capaz de realizar missões de combate. Poderia se tornar um escudo contra aeronaves inimigas, mísseis subsônicos, supersônicos e hipersônicos. Este drone supersônico poderia ser pilotado remotamente ou operado por uma Inteligência Artificial.
Mikhail Kokorich tem uma formação bastante surpreendente. Este engenheiro russo da Sibéria deixou a Rússia depois que Vladimir Putin chegou ao poder. Ele anunciou oficialmente no X (antigo Twitter) sua decisão de renunciar à sua cidadania russa.
Mudou-se inicialmente para os Estados Unidos antes de ir para a Suíça para lançar a startup Destinus em 2021, cuja sede agora está na França. Michel Friedling, ex-general da Força Aérea e Espacial Francesa, integrou o conselho da startup, que emprega 170 pessoas e tem fábricas em Munique, Madrid e Hengelo, na Holanda.
Créditos: CAVOK.