Em São Paulo, um homem foi preso em flagrante pelo homicídio da mulher trans Daniele Miranda Alves, de 21 anos. Imagens das câmeras de monitoramento mostram o suspeito interagindo com a vítima minutos antes do trágico evento, ocorrido no sábado (13/4) na zona sul da cidade.
Os registros capturam Daniele e sua amiga, Rafhaelly Souza, de 27 anos, em um baile funk de rua próximo a uma adega no bairro Jardim São José. Elas dançam e se divertem ao lado de carros estacionados na calçada, incluindo um Volkswagen Ônix vinho, que pertence ao pai de Breno Fernandes Silva, de 23 anos. O rapaz veste bermuda verde e camiseta preta.
Imagens divulgadas mostram acusado abraçando e beijando mulher trans antes de execução pic.twitter.com/867UPUVYRu
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) April 17, 2024
Vídeo: Metrópoles
Breno e seus amigos abordam as amigas por volta das 6h38, conforme registrado pelas câmeras de vigilância. Ele abraça Daniele e sussurra algo em seu ouvido.
Minutos depois, Breno se aproxima novamente da jovem, aparentemente beijando seu rosto. Em seguida, ele comemora, pulando abraçado com um colega.
Às 6h41, Daniele e sua amiga entram no Ônix, acompanhadas pelos homens que as abordaram anteriormente. Elas permanecem no carro até as 6h43, quando Daniele desce e confronta um rapaz, dando-lhe um tapa no rosto. O clima festivo se transforma em discussão quando as duas mulheres enfrentam Breno e seu grupo de amigos.
Outra câmera registra as amigas caminhando pela Estrada de Itapecerica, cerca de 800 metros distante do baile funk. Segundo o relato de Rafhaelly à polícia, um carro teria tentado atropelá-las antes disso.
Por volta das 7h37, enquanto passam em frente a um estacionamento, um Volkswagen Ônix vinho, sem placas, se aproxima das amigas e um passageiro dispara. A ação é rápida, e o carro parte em alta velocidade. As investigações apontam Breno como o motorista, mas ele nega qualquer envolvimento.
Daniele entra no estacionamento e se senta sob um gradil, enquanto a amiga mexe no celular, aparentemente pedindo ajuda.
A vítima conversa ainda um pouco com a amiga, até que desmaia. Ela morreu no local, sem tempo de ser socorrida.
O carro que aparece nas câmeras foi encontrado por policiais militares estacionado na rua onde Breno mora, a cerca de 30 metros de distância de sua residência. Foi quando ele foi localizado e questionado sobre o veículo.
Ele teria argumentado que o carro pertence ao seu pai. O Ônix, acrescentou, “não era usado”, porque, segundo o suspeito disse à polícia, “não estava regularizado no Detran [Departamento Estadual de Trânsito]”.