O empresário Sadi Alves, detido pela Polícia Federal (PF) após fazer uma declaração “em tom de brincadeira” sobre transportar uma bomba em um avião no Aeroporto de Campinas no ano passado, concordou com um acordo judicial e se comprometeu a pagar R$ 1,4 mil à Azul, que afirmou ter sofrido prejuízos significativos. O acordo, classificado como “infração de menor potencial ofensivo” e sugerido pelo Ministério Público de São Paulo, foi oficializado em 21 de janeiro.
Em 20 de agosto de 2023, Alves embarcou no voo AD4727, que partiria de Campinas (SP) a Cascavel (PR) às 17h30. O comissário da Azul perguntou o que Alves portava em uma caixa de papelão que carregava, seguindo o protocolo de segurança. “Uma bomba-relógio”, respondeu o passageiro. Questionado, acrescentou: “Se quiser chamar a polícia, os cachorros do Xandão, pode chamar”, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes, e seguiu até ao seu assento.
Quando confrontado pelos policiais federais, Alves admitiu ter feito os comentários ao comissário, porém alegou que se tratava de uma “apenas uma brincadeira”, explicando que na verdade carregava um fone de ouvido ou um par de óculos para presentear alguém.
Como resultado, o voo foi cancelado. O próximo avião só decolou oito horas depois, por volta das 2h do dia seguinte. Todos os passageiros tiveram que sair da aeronave e passar pela inspeção de segurança com suas bagagens de mão, enquanto todas as malas despachadas foram examinadas. A caixa de papelão pertencente ao empresário foi inspecionada individualmente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que não encontrou nenhum item proibido.
No processo judicial, a Azul afirmou ao Tribunal de Justiça de São Paulo que teve prejuízo “imenso” e que o episódio causou “perigo à incolumidade pública”. A companhia aérea destacou ainda que poderia ser alvo de diversos processos para indenizar os outros passageiros.
Com informações de Metrópoles/Guilherme Amado