O hábito moderno de passar longas horas sentado, impulsionado pelo aumento das atividades realizadas em escritórios e pelo lazer digital, pode estar causando uma série de problemas de saúde aparentemente desconexos. Dor nas costas, fraqueza muscular, ganho de peso e ansiedade podem ter uma causa comum: a imobilidade prolongada.
O reconhecimento dos riscos à saúde associados ao excesso de tempo sentado ganhou destaque nas últimas décadas, com estudos destacando os efeitos negativos desse comportamento sedentário. Os principais problemas resultantes desse estilo de vida podem ser agrupados em três categorias:
1. Problemas Musculoesqueléticos: O corpo, quando exposto por longos períodos ao hábito de ficar sentado, tende a perder força, resistência, habilidade e equilíbrio. O enfraquecimento das estruturas musculoesqueléticas pode levar a condições como osteoporose, aumento do risco de quedas e fraturas, além de dores e fraqueza muscular.
O médico do esporte Luiz Riani destaca que a falta de estímulo aos ossos e músculos, proveniente da imobilidade, contribui para o enfraquecimento dessas estruturas ao longo do tempo.
2. Problemas Cardiovasculares: A imobilidade prolongada impacta negativamente a circulação sanguínea, podendo levar ao desenvolvimento de varizes, trombose venosa profunda, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos indicam que pessoas que ficam sentadas por mais de oito horas diárias apresentam maior probabilidade de sofrer AVC, infarto e insuficiência cardíaca.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular Nacional, Armando Lobato, alerta para os riscos da estagnação do sangue nas extremidades inferiores, favorecendo o surgimento de varizes, trombose e outros problemas vasculares.
3. Problemas Neuropsiquiátricos ou Emocionais: Além dos impactos físicos, o sedentarismo associado ao tempo prolongado sentado pode contribuir para doenças neuropsiquiátricas, incluindo demência, Alzheimer, depressão e ansiedade. O professor Luiz Riani ressalta que a dor crônica resultante do sedentarismo pode gerar uma sensação de incapacidade e perda de autonomia, contribuindo para problemas emocionais.
Estudos recentes, como os publicados na JAMA Cardiology, apontam um aumento significativo na incidência de demência em pessoas que passam longos períodos sentadas, ressaltando a importância de combater o sedentarismo para preservar não apenas a saúde física, mas também a mental.
Com informações do g1.