Segundo informações da Folha de S. Paulo, Antonina Favorskaia, uma jornalista conhecida, está sob custódia do Kremlin. Ela é acusada de envolvimento com uma organização radical por supostamente coletar, editar e publicar material para a Fundação Anticorrupção, uma entidade fundada por Alexei Navalni, que o governo russo classifica como radical.
Favorskaia é creditada por filmar o último vídeo de Navalni, opositor do presidente russo Vladimir Putin, e cobrir seu julgamento. Navalni faleceu em fevereiro sob circunstâncias misteriosas enquanto cumpria uma sentença de 30 anos em uma prisão na região de Iamalo-Nenets, no Ártico.
Favorskaia foi interrogada em um centro de detenção após passar dez dias presa por desobedecer a ordens policiais. Posteriormente, ela foi mantida sob custódia e novamente acusada de envolvimento com uma organização extremista. Em uma audiência a portas fechadas, os juízes determinaram que ela permanecesse em prisão temporária até pelo menos 28 de maio.
Favorskaia e sua defesa se manifestaram contra o processo fechado. Ela afirmou que a imprensa precisa estar ciente do que está acontecendo. Duas colegas que planejavam acompanhar a libertação de Favorskaia também foram detidas.
De acordo com o grupo independente OVD-Info, mais dois jornalistas foram detidos enquanto filmavam perto da casa de Favorskaia. Na cidade de Ufa, a jornalista Olga Komleva também foi presa e acusada de extremismo.
Kira Iarmich, assessora de Navalni, afirmou que Favorskaia não publicou nada nas plataformas da Fundação Anticorrupção. Ela destacou que a jornalista está sendo acusada de exercer seu trabalho.
A repressão política e aos profissionais de imprensa na Rússia intensificou-se após o início da Guerra da Ucrânia em 2022. Esta semana também marca um ano desde a prisão de Evan Gerchkovitch, repórter do The Wall Street Journal, acusado de espionagem. Ele está preso na prisão de Lefortovo, em Moscou, sem acesso a telefonemas e só sai de sua cela por uma hora ao dia para se exercitar.