Márcia Foletto/Agência O GLOBO
Durante um período de tensão entre a Polícia Federal e outras entidades no Rio, como a Polícia Civil, relacionado ao relatório final sobre o caso Marielle, o superintendente da PF no Rio, Leandro Almada, tomou medidas para acalmar a situação.
Em um encontro convocado pelo líder da PF no Rio, que ocorreu nesta quinta-feira com o secretário de Polícia Civil, Marcos Vinícius Amim, e outros altos funcionários, Almada sinalizou uma trégua. Ele assegurou que não ocorreria uma perseguição dentro da Polícia Civil e que a colaboração continuaria, incluindo as iniciativas vindas de Brasília.
Almada também mencionou, conforme relatos dos participantes, que a PF notificou, no sábado à noite, sobre a operação relacionada ao caso Marielle, iniciada no domingo, e enfatizou que a Polícia Civil esteve presente nas buscas em certos locais ligados ao delegado Rivaldo Barbosa. Antigo diretor da instituição, ele foi detido sob alegação de ter arquitetado o atentado contra Marielle Franco, com os irmãos Brazão sendo apontados como os mandantes, de acordo com a PF.
A crise entre as organizações surgiu após a prisão de Rivaldo. Há um crescente ceticismo entre os delegados da Polícia Civil do Rio quanto à acusação de que ele teria orquestrado o homicídio da vereadora.
No documento enviado na quarta-feira pelo diretor da PF ao secretário de Polícia Civil solicitando a reunião de hoje, Almada usou um tom cordial e expressou gratidão pelo “apoio institucional constante da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro”. Ele também reafirmou a “reciprocidade da Superintendência da Polícia Federal, tanto na troca de informações de inteligência quanto no suporte a operações policiais”.