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Ex-presidente confirmou ter ficado dois dias hospedado na representação consular, ‘a convite’. Visita ocorreu poucos dias após passaporte de Bolsonaro ser apreendido.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) chamou o embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, para conversas após o jornal americano The New York Times revelar queo ex-presidente Jair Bolsonaro ficou hospedado dois dias na embaixada do país em Brasília logo após ter o passaporte apreendido.
Halmai se reuniu com a titular da Secretaria de Europa e América do Norte, Maria Luisa Escorel. O Palácio do Planalto também foi comunicado sobre a reunião.
As informações foram publicadas pelo jornal nesta segunda-feira (25). A estadia ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro — no dia 8 daquele mês, Bolsonaro havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de estado. Na operação, policiais federais apreenderam o passaporte do ex-presidente no escritório do Partido Liberal. (PL).
Em nota, a defesa de Bolsonaro confirma que o ex-presidente ficou dois dias hospedado na embaixada, “a convite”.
No comunicado divulgado à imprensa, os advogados do ex-presidente disseram que ele “passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo” e que, no período, o ex-presidente “conversou com diversas autoridades húngaras “atualizando os cenários políticos das duas nações”.
Segundo a colunista do g1 Andréia Sadi,, a Polícia Federal (PF) vai apurar as circunstâncias da visita. O ex-presidente não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira que o recepcionasse, uma vez que esses endereços estão legalmente fora da área de atuação das autoridades locais.
O “NYT” destaca, na reportagem publicada nesta segunda-feira, a relação de amizade de Bolsonaro com o primeiro-ministro da Hungria, citando uma visita do então presidente brasileiro ao país da Europa em 2022, ocasião em que Bolsonaro chamou Viktor Orbán de “irmão”.
Em dezembro de 2023, os dois se encontraram na posse de Javier Milei – que também é um ultradireitista – como presidente da Argentina.
No dia 8 de fevereiro, horas após a operação da PF contra Bolsonaro e dias antes de o ex-presidente passar as duas noites na embaixada da Hungria, Viktor Orbán utilizou uma rede social para declarar apoio ao amigo.
Orbán postou uma foto com Bolsonaro, com a seguinte legenda: “Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente Jair Bolsonaro”.
No dia 12 de fevereiro, data em que se dirigiu à embaixada húngara, Bolsonaro postou um vídeo em uma rede social convocando apoiadores para um ato em sua defesa no dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista, em São Paulo.
No dia 16 de março, durante um evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro discursou e afirmou a uma plateia de apoiadores que “poderia estar muito bem em outro país”, mas preferiu ficar no Brasil.
g1