O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou novamente a taxa Selic, desta vez para 8,5% ao ano. Esse é o oitavo aumento consecutivo, em uma tentativa de conter a aceleração inflacionária que o Brasil enfrenta. Este aumento poderá refletir em diversos aspectos na economia brasileira, incluindo investimentos, consumo e endividamento.
O que leva à elevação da Selic?
A taxa Selic é um instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a inflação está em alta, uma das medidas utilizadas é elevar a taxa Selic. Isso porque uma taxa de juros mais alta tende a reduzir o consumo, já que encarece o crédito e torna a poupança mais atrativa, limitando a quantidade de dinheiro em circulação.
Atualmente, a inflação está no seu maior nível desde 2003, impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos, energia e combustíveis. Dessa forma, o Banco Central se vê obrigado a agir para manter a inflação dentro da meta.
Como a elevação impacta os investimentos?
A alta da Selic tem um impacto significativo em diversos tipos de investimentos. Para começar, rende mais para investimentos atrelados diretamente à taxa Selic, como o Tesouro Selic ou a poupança, que rende 70% da Selic. Nesse sentido, o aumento da taxa pode representar uma maior rentabilidade para estes investimentos.
Por outro lado, quem investiu em títulos prefixados ou atrelados à inflação e pretende vender antes do prazo podem ter prejuízos, já que o preço desses títulos tende a cair quando os juros sobem.
Influência no consumo e endividamento
A elevação da Selic também impacta diretamente o bolso do consumidor, uma vez que os juros para empréstimos e financiamentos costumam subir quando a Selic aumenta. Isso ocorre porque a Selic serve como uma referência para as taxas de juros cobradas pelo mercado. Assim, a alta da taxa pode levar a um aumento do endividamento.
Ademais, com o crédito mais caro, as pessoas tendem a consumir menos. Com isso, a elevação da Selic pode contribuir para um desaquecimento da economia, já que o consumo é um dos principais motores do crescimento econômico.
O futuro da Selic
O Banco Central sinalizou que deve realizar outro aumento na próxima reunião do Copom, em março. A instituição aponta que essas elevações seriam necessárias para garantir a estabilidade dos preços.
Porém, muitos analistas e economistas expressam preocupações com o impacto que essa alta pode ter na economia, em um cenário de crescimento ainda frágil. Além disso, muitos enxergam a necessidade de outras medidas, além da alta da taxa de juros, para conter a inflação de forma mais eficaz.