O corregedor do Presídio Federal de Mossoró, juiz federal Walter Nunes, descreveu a fuga de dois detentos nesta quarta-feira (14) como “o episódio mais grave na história das penitenciárias de segurança máxima do país”. Os presos fugiram do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde as regras são ainda mais rígidas que no regime fechado. Este é o primeiro registro de fuga ou rebelião desde a inauguração dos presídios federais em 2006.
O sistema penitenciário federal foi projetado para isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade, como as principais figuras do PCC e Comando Vermelho. A fuga ocorreu em Mossoró, que abriga também Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar.
O magistrado informou que a situação será analisada e que uma reunião será realizada no presídio para avaliar as circunstâncias da fuga. Até o momento, não havia registro de fugas ou entrada de materiais ilícitos nas penitenciárias de segurança máxima nacional.
Os dois fugitivos, Rogério da Silva Mendonça (Tatu) e Deibson Cabral Nascimento (Deisinho), estavam em RDD, que possui um local específico para banho de sol, evitando contato com outros presos. A principal suspeita é que eles tenham utilizado materiais de uma obra no pátio do presídio para realizar a fuga.
O sistema penitenciário federal tem como objetivo combater o crime organizado, isolando líderes e presos de alta periculosidade. As penitenciárias federais podem abrigar presos com função de liderança em organizações criminosas, submetidos ao RDD, envolvidos em incidentes graves no sistema prisional de origem, entre outros critérios.
A fuga ocorre em meio a uma investigação sobre a dinâmica golpista na alta cúpula do governo, e a Polícia Federal investiga se houve falhas na segurança do presídio. As autoridades estão empenhadas na captura dos fugitivos e na apuração das circunstâncias que levaram à fuga inédita em uma penitenciária federal de segurança máxima.
Com informações da Folha de S. Paulo.