Parlamentares pertencentes à bancada de oposição expressaram sua indignação em relação a uma propaganda divulgada pela Secretaria de Comunicação do governo na última segunda-feira, 29. A publicação tratava da campanha de combate à dengue e apresentava uma imagem que retratava uma mão batendo à porta, acompanhada da expressão “toc toc toc”.
O conteúdo rapidamente se disseminou, sendo interpretado por muitos como uma alusão irônica à ação da Polícia Federal que, no mesmo dia, executou mandados de busca na residência do vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Está muito claro que esse post é um deboche à perseguição sofrida pela direita. Não podemos aceitar que o aparato estatal seja usado para atacar opositores”, disse deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).
Na mesma linha de críticas, o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) também expressou sua desaprovação em relação à postagem do toc toc toc pela Secom. “O princípio constitucional da impessoalidade foi jogado na lata do lixo pela Secom. Uma publicação dessa é inadmissível.”
Valadares é o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o acesso da Polícia Federal ao Legislativo em casos de mandados de busca e apreensão em gabinetes. Conforme o texto proposto, mesmo com autorização judicial, seria necessário obter aprovação prévia da mesa diretora da Casa Legislativa.
A proposta já conta com aproximadamente 60 assinaturas. Para que seja apresentada e inicie seu trâmite na Câmara, são necessárias 171 assinaturas.
Joice toc toc toc
Antiga aliada da família Bolsonaro, a ex-deputada federal Joice Hasselmann também ironizou a operação da PF que teve como alvo Carlos Bolsonaro.
Ela postou um vídeo nas redes sociais em que aparece com uma taça de champanhe e fala: “Carluxo: ‘Toc, toc, toc’. Quem é? ‘É a Polícia Federal’”.
O vídeo termina com Joice erguendo a taça em gesto de brinde.
Com informações de O Antagonista