Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Daniela Teixeira tomou posse em 22 de novembro como ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Sendo uma das mais aplaudidas pela plateia durante a cerimônia de posse e cantando “Evidências”, da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, a nova magistrada tem sido criticada por sua “informalidade” e “falta de liturgia”.
Em entrevista ao Poder360 realizada na 2ª feira (4.dez.2023), Teixeira rebateu as críticas e disse não ter enganado “ninguém” ao assumir o cargo: “Barbie tomou posse”, afirmou. Nomeada para assumir a vaga do ministro Felix Fischer, ela foi a única mulher nas duas listas divulgadas pelo STJ para as 3 vagas abertas no tribunal.
“Um jornalista disse que eu não tinha liturgia para o cargo. Talvez estivesse certo, eu não tenho mesmo. Na época, me ofendeu muito. Foi muito duro ler aquilo, mas, se eu cheguei até aqui, eu não enganei ninguém”, disse a ministra em referência a uma reportagem publicada sobre ela no jornal O Globo.
Para Teixeira, Lula foi “muito bem auxiliado” pelos integrantes de seu governo. A então advogada já conhecia 10 dos 38 ministros de Lula pessoalmente. De acordo com a magistrada, os ministros sabiam quem ela era para dar informações ao chefe do Executivo.
No Senado, ela disse ter percebido uma “resistência” ao seu nome por ser mulher e feminista. Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), recebeu 26 votos a favor e 1 contra, enquanto, no plenário da Casa Alta, teve 68 votos a favor e 5 contra.
“Eu não enganei ninguém na minha informalidade, no meu jeito alegre”, acrescentou a magistrada, que disse ainda que os seus votos e a sua postura no tribunal não iriam causar surpresa.
No seu gabinete pessoal, Teixeira pendurou quadros, pregou enfeites de Natal e colocou a Bandeira do Flamengo ao lado da Bandeira do Brasil. Disse ainda ter trazido de casa o tapete que está na sua sala de visitas.
Em sua cerimônia de posse, a plateia que estava no STJ levantou e comemorou, em coro, quando Teixeira foi empossada. Na ocasião, nenhum dos 2 ministros que tomaram posse com ela –Teodoro Silva Santos e José Afrânio Vilela– receberam tantos aplausos.
Para ela, foi uma homenagem por parte das mulheres. “Havia uma década que uma mulher não tomava posse aqui, então, houve aplausos das funcionárias, aplausos das mulheres”, disse Teixeira.
Durante a entrevista, a ministra mostrou hematomas em seus braços e afirmou que estavam pelo corpo inteiro: “Eu passava e as pessoas me puxavam para comemorar, para dançar”.
No rito formal da fila de cumprimentos dos novos ministros, Teixeira foi filmada cantando “Evidências”, música que ela definiu como um “hino nacional”. Na ocasião, apoiadores de Teixeira puxaram o verso da música e a ministra dançou e se juntou ao coro do hit sertanejo.
A magistrada definiu a data da cerimônia como um “dia alegre”. Disse ter ido no seu jantar de posse com um vestido com as cores laranja, roxo e rosa. Segundo ela, são as cores da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do feminismo e do feminino. “Bem Barbie”, afirmou.
“Algumas pessoas usaram essa alcunha por um lado ruim, de glamourosa, de Barbie. Então, Barbie tomou posse”, declarou Teixeira.
Poder 360