Foto: Reprodução/Instagram/@saramariano.br
O órgão acredita que o grupo queria se apoderar da fama de Sara Mariano, e descartou ciúmes como motivação para o crime
O Ministério Público da Bahia denunciou, na terça-feira, 19, quatro pessoas pela morte da cantora gospel Sara de Freitas Mariano, cujo corpo foi encontrado no final de outubro em uma estrada em Dias D’Ávila, na região metropolitana de Salvador. Ederlan Santos Mariano, marido da vítima, Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque, Gideão Duarte de Lima e Victor Gabriel Oliveira Neves foram indiciados pelo crime de feminicídio.
A denúncia também cita como agravantes para o crime ter sido cometido por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e associação criminosa. A Justiça também aceitou o pedido da Polícia Civil de prisão preventiva dos quatro, que já estavam presos temporariamente.
Segundo a denúncia, o crime, cometido no dia 24 de outubro, por Zadoque, Victor e Gideão, a mando de Ederlan, tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”, descartando a suspeita inicial de que o crime teria sido motivado por ciúme.
Sara Mariano era casada com Ederlan, que também gerenciava sua carreira. No dia do crime, Sara foi informada de que faria uma apresentação musical num evento evangélico. Ela foi levada por Gideão, que era seu motorista, para a BA 093, onde Victor e Zadoque a esperavam. Ela foi morta e teve o corpo abandonado num terreno baldio às margens da rodovia.
Ederlan, “para dissimular sua participação no crime”, chegou a procurar a polícia e registrar o desaparecimento de sua esposa.Na época, Ederlan deu entrevistas à imprensa e gravou vídeos pedindo ajuda para encontrar a mulher.
Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”. As investigações revelaram que Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria ainda cerca de R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas.
Havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.
Relembre o caso
A cantora gospel Sara Mariano desapareceu na noite do dia 24 de outubro, quando saiu de casa, na periferia de Salvador, rumo a Dias D’Ávila, na região metropolitana. Segundo seu marido, Ederlan Mariano, Sara iria participar de um evento religioso.
Ederlan foi quem fez a denúncia à polícia, além de apelos nas redes sociais procurando por Sara. Dias depois, a investigação da Polícia Civil descobriu que ele seria o mandante do crime.
Ederlan foi preso temporariamente em 27 de outubro, tendo confessado o crime à polícia. Segundo a investigação, o marido planejou a ação por cerca de um mês.