O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta quarta-feira, 13, que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quis indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga que acabou destinada ao ministro André Mendonça.
Flávio deu a declaração ao responder a uma pergunta do ministro Flávio Dino, durante a sabatina do indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à uma vaga na Suprema Corte
O senador disse que recusou a proposta, porque gostaria de continuar na política.
“O então presidente, Bolsonaro, quando da indicação do ministro André Mendonça, virou para mim e falou: ‘Flávio, você não quer… O que você acha de você ser o indicado para o Supremo Tribunal Federal?’, já que se discutia que a indicação fosse de um evangélico, como ele havia prometido na campanha eleitoral”, contou Flávio.
Adiante, o senador revelou que recusou a proposta. “Falei: ‘Presidente, apesar de ser advogado, sou é político’”, disse. “O que gosto de fazer é política. Indique o nome do André Mendonça, que é preparado para essa missão. Vou poder ajudar muito mais aqui, no Senado Federal. Acredito que, com a ajuda do presidente Davi Alcolumbre, acho que eu teria até alguma chance de passar aqui no Senado Federal.”
Flávio Bolsonaro fora, André Mendonça dentro
Alcolumbre, que também comandava a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) do Senado, naquela época, segurou por meses a marcação da sabatina de André Mendonça, pois era contrário ao seu nome.
Nos bastidores, a explicação mais utilizada era que o senador preferia que Augusto Aras, então procurador-geral da República, fosse o escolhido — em vez do então ministro da Justiça.
Contudo, Alcolumbre acabou cedendo, e a sabatina foi marcada para dezembro do ano passado. O ministro foi aprovado no plenário do Senado com 47 votos favoráveis e 32 contrários, na votação mais apertada desde a redemocratização.