O 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou o artesão Caio Silva de Souza a 12 anos de prisão. Ele é acusado de matar o cinegrafista da Band Santiago Andrade, durante uma manifestação na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2014.
Anteriormente, Caio havia sido acusado pelo crime de homicídio doloso qualificado por emprego de explosivo. No entanto, os jurados concluíram que não existiu dolo eventual em matar o cinegrafista.
Por esse motivo, o crime foi desclassificado, e a competência para julgar o réu passou a ser da juíza Tula Correa de Mello. A magistrada o condenou pelo crime de lesão corporal. Segundo a Justiça, Caio vai poder recorrer em liberdade.
O segundo acusado de matar o cinegrafista foi absolvido
Na mesma sessão, o outro acusado de matar Santiago, o tatuador Fábio Raposo Barbosa, foi absolvido.
Em seu depoimento, Caio disse que Fábio se aproximou dele e pediu um isqueiro. Na ocasião, em vez de emprestar o objeto, Caio teria acendido o rojão, “sem saber que se tratava desse tipo de artefato”.
Ainda segundo Caio, ele imaginou que se tratava de um fogo de artifício que liberava uma explosão de cores, e não um rojão. O acusado ainda afirmou que, depois de acender o artefato e colocá-lo no chão, deixou o local, sem saber que tinha atingido Santiago.
Em contrapartida, Fábio contou que durante a manifestação viu um objeto no chão e pegou por curiosidade, sem saber que era um rojão. De acordo com ele, Caio pediu insistentemente pelo artefato — e Fábio o entregou.
Fábio disse que saiu do local em seguida, com os olhos irritados pelo gás lançado pelos policiais. Por esse motivo, “não viu quando Caio acendeu o artefato”. Além dos réus, prestaram depoimento três testemunhas de acusação e duas defesas.