Rachel Bailey, 30, tem três filhos e, além de amamentá-los, decidiu fazer isso também com seu marido, Alexander, que tem a mesma idade que a dela. Tudo começou em 2016, segundo o site Kidspot. A ideia inicial era ajudar com o excesso de produção de leite. Porém, eles perceberam que a experiência era boa para a relação deles e tornou o casamento mais forte.
A mãe, que vive na Flórida, nos Estados Unidos, ressalta que sempre garante que seus filhos sejam alimentados primeiro, antes de permitir que Alexander recebesse o restante do leite. Então, acabou virando um hábito.
“Quando meu filho mais velho, Troy, que agora tem 7 anos, estava mamando, fiz um cruzeiro com Alexander”, disse Rachel. “No entanto, esqueci minha bomba de tirar leite e fiquei muito ingurgitada por dois dias. Eu estava com muitas dores e com medo de pegar uma infecção, então decidimos que meu marido tentaria beber o leite para me aliviar”, conta.
O casal sabia que aquilo pareceria estranho para muita gente, mas decidiu continuar mesmo assim. “Estávamos nervosos com a ideia de ele ser amamentando por mim, porque achamos esquisito. Porém, assim que fizemos isso, percebemos que tudo estava perfeitamente bem”, compartilhou ela.
“Alexander disse que o leite era realmente diferente do sabor que ele esperava, em comparação com o leite normal, que ele estava acostumado a beber”, diz Rachel. Embora o gosto fosse diferente, ela diz que sabia que estava oferecendo a ele muitos nutrientes, além de achar que era um momento de qualidade que eles passavam juntos.
“Percebemos que não havia nada de errado em eu amamentá-lo e que seria realmente bom para ele, já que é muito nutritivo”, revelou a mulher. “Ele não ficou resfriado por dois anos depois que começou a beber meu leite e muitas pessoas disseram que sua pele também estava muito melhor. Ele acabou adorando o sabor do meu leite materno e agora até prefere ao leite de vaca”, conta.
Apesar das reações das pessoas, Rachel insiste que não há nada de estranho no que estão fazendo. “Não é um problema para nós. Começou quando Alexander estava só me ajudando, quando eu estava com dor, mas se transformou mais em um vínculo emocional”, afirma. “Adoro amamentá-lo, porque isso permite que a gente passe bons momentos juntos. Definitivamente, foi algo que nos aproximou como casal”, argumenta.
Quando Rachel engravidou novamente, pela segunda e terceira vez, dos filhos mais novos, Aria, 6, e Matthew, 2, ela começou a amamentar novamente e Alexander estava disponível para ajudá-la com prazer. Ela amamentava o marido no café da manhã, almoço e jantar. Agora, como a produção diminuiu, ela só faz isso à noite.
“É engraçado porque, se eu comer algo picante, Alexander também fica com gases”, afirma. “Logo após o parto, quando eu estava produzindo mais leite, Alexander bebia meu leite três a quatro vezes por dia”, lembra Rachel. “Obviamente, os bebês sempre são alimentados primeiro, antes de chegar a vez dele. Ele passava cerca de cinco a dez minutos em cada mama”, conta.
“É um assunto meio tabu, mas queríamos compartilhar isso porque não achamos que é algo ruim e não temos vergonha. Foi um alívio instantâneo quando Alexander me ajudou e isso me impediu de sentir dor”, afirma ela. “É uma experiência muito boa e estou muito feliz por termos começado a fazer isso. Não estamos nem um pouco envergonhados. Alexander sentiu muito mais energia quando passou a beber meu leite. Foi realmente especial e nos aproximou mais do que nunca”, completa.
Pode amamentar adulto?
Segundo a ginecologista, sexóloga e colunista da CRESCER, Carolina Ambrogini (SP), embora polêmica, a “amamentação” de homens adultos é mais comum do que parece. Existem sites como o dreamsofmilk e lactation.wiki com fóruns exclusivamente dedicados a responder dúvidas sobre o assunto. Adultos que se declaram adeptos recebem críticas na internet, já que associar a amamentação ao erotismo torna a vida das mães ainda mais difícil. Sexualizar o ato natural de oferecer o melhor alimento do mundo para os bebês deixa as mulheres ainda mais vulneráveis quando o assunto é amamentação em público, por exemplo.
Não são poucas as denúncias de fotos de mães amamentando que vão parar em sites com contextos pornográficos. A luta pelo direito de amamentar em público também esbarra na questão da associação do aleitamento com o sexo. Mas vale lembrar que o objetivo principal dos seios femininos é a amamentação e não o prazer masculino.
“As mamas são importantes zonas erógenas da mulher. No entanto, no período de aleitamento, elas se tornam uma fonte de alimento para o bebê e devem ser exclusivamente dele, inclusive para evitar o risco de contaminação”, explica Carolina Ambrogini.
Revista Crescer