Uma novidade promete melhorar os serviços eletrônicos realizados nos Cartórios de Notas do país com o lançamento do novo serviço de Smart Escrituras, modelo de escritura pública que utiliza Inteligência Artificial em rede blockchain.
A novidade deve ser lançada ainda hoje (10), data do último dia do evento “Encontro Mundial do Notariado”, que conta com a participação de 91 países dos cinco continentes que possuem Cartórios de Notas como o Brasil. Ainda não houve, no entanto, a divulgação de como vai funcionar a modalidade e quando poderá ser usada.
O evento, realizado em Brasília (DF) entre o dia 8 e 10 de novembro, teve foco em debater a prática de Atos Notariais Digitais para atos de compra e venda de imóveis, doações, divórcios, inventários, testamentos, entre outros serviços feitos em Cartórios de Notas.
Com mais de 3 milhões de atos eletrônicos já praticados, a plataforma nacional e-Notariado, implantada no Brasil e que permite a realização de todos os atos notariais por videoconferência com o tabelião, está sendo um dos destaques da programação, ao lado das experiências digitais de países como Estônia, China, França, Itália, Japão e Alemanha.
O evento marca também um debate em torno do tema da Desjudicialização, que possibilita que serviços antes feitos exclusivamente na Justiça possam ser realizados em Cartórios de Notas de todo o mundo. No Brasil, o movimento que começou com a delegação dos atos de divórcios e inventários, hoje já conta com novos serviços, como apostilamento, usucapião e adjudicação compulsória, e ganhou novo impulso com a aprovação do Marco das Garantias (Lei 14.711/23), que possibilitará a prática de atos de arbitragem, mediação, conciliação diretamente em Tabelionatos de todo o país.
Segundo dados do Justiça em Números, estudo anual promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tramitam atualmente no Brasil mais de 100 milhões de processos na Justiça, sendo que somente no ano passado ingressaram mais 31,5 milhões de demandas judiciais, um aumento de 10% em relação ao ano anterior e um recorde na série histórica dos últimos 14 anos.
A possibilidade de que os atos judiciais possam ser realizados em Cartórios de Notas tem contribuído para desafogar o Poder Judiciário no Brasil. Somente a permissão de que os divórcios e inventários pudessem ser feitos em Tabelionatos permitiu que mais de 5 milhões de procedimentos pudessem ser resolvidos fora da Justiça, desafogando os Tribunais e possibilitando uma economia de mais de R$ 10,6 bilhões aos cofres públicos.
Com informações Assessoria de Imprensa do Colégio Notarial do Brasil