A morte do gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores nesta terça-feira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, nesta terça-feira (10), a morte do gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos. Ele estava na festa rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel no último sábado (7), e teve a morte confirmada pelo Itamaraty nesta terça.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel”, escreveu o presidente.
Como em outras declarações, o petista não citou o Hamas e nem mesmo o chamou de grupo terrorista, dizendo apenas que “ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”.
Subiu para 2.377 o número de brasileiros na região de Israel que pediram repatriação ao Ministério das Relações Exteriores. A expectativa do Executivo é a de que, até sábado (14), 900 cidadãos brasileiros sejam repatriados em voos da FAB. A primeira aeronave pousará na base aérea de Brasília na madrugada desta quarta-feira (11).
Brasileiros em Israel
Gaúcho de Porto Alegre, Ranani Glazer morava havia sete anos em Israel, onde também reside o pai – a mãe mora em Porto Alegre. Com cidadania israelense, o jovem prestou serviço militar em Israel. Vivia em Tel Aviv com amigos e trabalhava como entregador. Ele é amigo de Rafael Zimerman, brasileiro ferido pelo Hamas. Ambos estavam juntos na festa rave, mas se separaram durante a fuga.
Ranani também foi à festa acompanhado da namorada, Rafaela Treistman. O casal perdeu o contato em meio à fuga. Pouco depois, Ranani postou um vídeo em rede social em que mostra a fumaça e é possível ouvir o som dos foguetes. Ele ainda narrou a apreensão quando percebeu que se tratava de um ataque, já em um bunker, onde acreditava estar seguro.
Outras duas brasileiras que estavam no mesmo festival de música eletrônica continuavam desaparecidas até a manhã desta terça-feira (10): Bruna Valeanu e Karla Stelzer. Os familiares foram orientados por autoridades israelenses a se dirigirem a alguma delegacia de polícia do país para colher amostras de DNA, em função da quantidade de vítimas encontradas na área da festa.
O evento em que estavam os brasileiros era uma edição local do Universo Paralello, criado em Goiás pela família do mundialmente famoso DJ Alok e realizado anualmente em uma praia da Bahia. O pai dele, Juarez Petrillo, estava no local. Com o nome artístico de DJ Swarup, havia sido contratado para se apresentar – o festival foi organizado por uma empresa isralense, que pagou para usar o nome e o modelo do festival brasileiro.