Empresa está sendo investigada por crime contra a economia popular com utilização de pirâmide financeira e pedidos de prisão podem incluir até o CEO da empresa
Em um movimento que tem causado agitação no cenário político, o Deputado Federal Igor Timo (Podemos-MG) está planejando apresentar um requerimento surpreendente no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras. Ele alega possuir informações cruciais que podem embasar a prisão dos sócios da empresa 123milhas, Ramiro e Augusto Júlio Soares Madureira, devido à sua ausência nas sessões da CPI e até mesmo a prisão do CEO da empresa.
Contexto da CPI
A CPI das Pirâmides Financeiras, sob a presidência do Deputado Federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), tem como missão investigar esquemas de pirâmides financeiras que prejudicaram investidores e passageiros em todo o Brasil. Os sócios da 123milhas foram convocados para depor na CPI, mas faltaram pela segunda vez às sessões.
O Requerimento de Igor Timo
Durante uma reunião partidária, o Deputado Igor Timo anunciou sua intenção de apresentar um requerimento solicitando a prisão dos sócios da 123milhas no âmbito da CPI das Pirâmides Financeiras. Segundo Timo, ele baseia essa decisão em informações que, segundo ele, são cruciais para o avanço das investigações e para garantir que os empresários prestem depoimento à comissão. Augusto Julio Soares Madureira e Ramiro Julio Soares Madureira constam como sócios da Maxmilhas, além do CEO. Em janeiro deste ano, a 123Milhas divulgou uma fusão com a MaxMilhas, do mesmo setor. À época, as companhias prometeram expandir as operações e fortalecer sua atuação no mercado nacional. Com a transação, os fundadores da 123milhas passaram a integrar o quadro societário da Maxmilhas.
A 123milhas foi fundada em 2016, em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, por Augusto e Ramiro. No site da Receita Federal, a empresa, cadastrada sob CNPJ 26.669.170/0001-57, tem capital social de R$ 1 milhão. Além dos dois, aparece como sócia a Novum Investimentos Participações, cuja representante legal é Cristiane Soares Madureira do Nascimento, também da família dos irmãos.
A Maxmilhas foi fundada por Max Gaudereto Oliveira e Conrado Abreu, em 2012, também na capital mineira. Atualmente, Oliveira segue como CEO da empresa. No entanto, em consulta ao site da Receita Federal, é possível ver que Oliveira não aparece mais entre os sócios da empresa. As informações dão conta de que a Maxmilhas, registrada sob o CNPJ 16.988.607/0001-61 e com capital social de R$ 66.883,17, tem como sócios apenas os irmãos Augusto e Ramiro.
A 123milhas também é dona da HotMilhas, que atua no mercado de compra de milhas aéreas, segundo seu site.
A CPI das pirâmides financeiras convocou os irmãos Madureira para explicar o cancelamento dos pacotes. mas eles não compareceram à audiência.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou, nesta quarta-feira, em audiência pública, na Câmara dos Deputados, que os prejuízos causados aos consumidores pela suspensão dos pacotes promocionais pela 123milhas não ficarão impunes. O cancelamento dos bilhetes de viagem lesou milhares de usuários.
A 123milhas suspendeu os pacotes promocionais, com datas flexíveis, com embarques previstos para este ano. Em seguida, o grupo realizou demissões em massa e entrou com pedido de recuperação judicial na Vara de Belo Horizonte.
A solicitação foi autorizada, mas a decisão foi suspensa, no mês passado, por ordem do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Em agosto último, Celso Sabino informou que a 123milhas teve seu registro no cadastro público da pasta suspenso. Com isso, a empresa não pode mais ser contemplada com os benefícios tributários que concedidos Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
BSB Revista