Sucesso nas redes, um idoso cria pássaros livres na região do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Quem passa pelo local vê a presença de periquitos e várias maritacas passeando. É tão surpreendente que fica impossível não parar no local e se encantar. (vídeo abaixo)
No vídeo publicado nas redes sociais, o senhor aparece alimentando milhares de maritacas. Florêncio Lopez Fernandes, de 84 anos, é conhecido como Florêncio Maritaca. Imigrante espanhol, o idoso chegou ao Brasil em 1952. Em 2015 ele começou a amizade com dois periquitos que começaram a pousar na janela da casa dele para se alimentar de restos de comida.
Os bichinhos foram aumentando e hoje, a casa de Florêncio virou referência entre as aves! É uma festa! Os pássaros são criados livremente pelo idoso e ele tem uma resposta na ponta da língua para quem pergunta sobre a relação com os bichos. “Não tem dinheiro que pague, elas são lindas”, disse Seu Florêncio.
Duas vezes por dia
Ao menos duas vezes por dia, quem passa na Avenida Sapopemba, na Água Rasa, vai ver Florêncio alimentar os bichinhos.
Pela janela de casa, é possível observar o idoso oferecendo sementes de girassol para os pássaros. É claro que tudo isso cercado com muito barulho e gritaria! kkkk
Os primeiros habitantes chegaram há 8 anos: um casal de periquitos. Depois, eles viraram quadro, oito, e acabaram perdendo o espaço para as maritacas.
“Os periquitos eram menorzinhos e comem mais devagar. Logo as maritacas, que são maiores, descobriram a boquinha e começaram a vir em bando. Nunca mais foram embora”, disse o encantador de aves.
Bem cedinho
E elas não dão mole! Por volta das 6h da manhã as bichinhas já estão na janela de Florêncio.
“São o meu despertador. O dia que tem chuva forte, e elas não aparecem, eu fico até triste”, lamentou.
A relação do senhor com os pássaros é tamanha, que ele diz que deixa de sair para alimentar as amigas!
“Eu virei escravo delas. Nem dia de Natal ou Ano Novo eu costumo sair para não deixar de dar comida para elas”, explicou Florêncio.
Família
O homem é solteiro e sem filhos, vive praticamente sozinho. Nascido em Córdoba, Espanha, ele migrou para o Brasil, aos 12 anos, vindo em um porão de um navio que aportou em Santos.
A assistência vem de dois sobrinhos, que ligam todos os dias para saber como o tio está.
Assim, Seu Florêncio fez das aves a sua família.
“É uma satisfação enorme alimentar esses pássaros. Eles são a minha família de asas. São inteligentes e carinhosas, feitas de verdade. Tem dia que eles ficam no fio esperando eu colocar a comida e dá para contar mais de cem deles empoleirados”, disse.
Conhecimento intuitivo
Apesar de nunca ter estudado veterinária ou biologia, o idoso entende perfeitamente o ciclo de vida dos bichinhos.
“São pássaros que duram mais de 50 anos. Nessa época de fim de ano, outubro, novembro e dezembro, é época do acasalamento. Lá em janeiro, fevereiro, nascem os filhotinhos”, explicou o encantador de pássaros.
De tanto cuidar e observar os pássaros, Seu Florêncio verificou que: “Geralmente cada ave dá uns dois filhotes. E eles começam a vir comer devagarinho. A primeira vez, o pai ou a mãe vêm e comem, enquanto eles ficam no fio esperando. Os pais comem e depois levam para eles o girassol já aberto, porque eles ainda não têm força no bico para abrir [a semente]”.
SNB/G1