A repercussão do lançamento do chip Kirin 9000s pela Huawei ganhou mais um capítulo nesta semana. Por meio de declarações oficiais, a Secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, afirmou que o lançamento do componente é um fato “incrivelmente perturbador”, e pediu novas sanções contra a marca chinesa.
Secretária do Comércio dos EUA deu novas declarações em relação ao chip da Huawei (Imagem: Wikimedia Commons)
A fala foi feita durante uma audiência no Comitê de Comércio do Senado, em que Raimondo deu mais detalhes sobre a investigação que se iniciou logo após a apresentação do chip.
De acordo com ela, o comércio dos EUA precisa aumentar esforços para reforçar leis de controle de exportação de produtos. Na prática, isso significaria o aumento da restrição contra o envio de itens para a Huawei.
Neste caso, o departamento de Comércio dos Estados Unidos teria um aumento de autoridade para implementar as novas regras em todas as vendas de produtos e tecnologias dos EUA.
“Estamos sendo tão rígidos quanto podemos ser, mas precisamos de mais recursos.”
Para reforçar sua argumentação, Raimondo mencionou uma multa aplicada recentemente contra a empresa de hardware Seagate, que precisou pagar uma penalização de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhões) após vender US$ 1,1 bilhão (~R$ 5,7 bilhões) em discos rígidos para a Huawei.
Huawei Kirin 9000s provocou crise interna nos EUA
O lançamento do Huawei Mate 60 Pro com o Kirin 9000s gerou uma crise interna nos EUA, já que Raimondo estava na China justamente na data da apresentação do dispositivo. Em teoria, o objetivo seria apenas estreitar relações diplomáticas, sem relação direta com avanços tecnológicos.
Contudo, parte da oposição acusa Raimondo de ter relação com o desenvolvimento do chip, que é considerado muito desenvolvido para o que a China poderia fabricar.
Afinal, o Kirin 9000s vem com suporte nativo para conectividade 5G, arquitetura similar a muitos processadores 7 nm e desempenho equivalente ao Snapdragon 888 apresentado em 2020.
Componente teria potencial de recolocar Huawei no mercado de celulares (Imagem: Divulgação/Huawei)
Portanto, é possível que a fabricação chinesa da SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation) tenha feito descobertas relevantes na direção de tornar o país mais independente na montagem de chips. Atualmente, grande parte dos componentes do tipo é feita pela TSMC, em Taiwan.
Isso seria especialmente relevante para a Huawei, que sofre sanções dos EUA desde 2019 por conta de supostos casos de espionagem. Desde então, a marca viu sua relevância no mercado de smartphones desabar.
Anteriormente, Raimondo já tinha dito que a China não teria a capacidade de produzir estes chips de 7 nm em massa.
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