Entrega da Caixa deixou sequelas no grupo que está com o petista desde o início.
A entrega da Caixa Econômica Federal e a crescente demanda por cargos e verbas vindas de integrantes do centrão fizeram com que aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pregassem uma guinada na relação com o Congresso.
Segundo relatos colhidos pelo blog, há o entendimento de que a antecipação da disputa pela sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado acabou colaborando para fazer degringolar a articulação governista na Casa.
Na Câmara, onde o jogo sempre foi mais intrincado, a expectativa é de zerar a fatura com o centrão com a entrega da presidência da Caixa a um aliado de Arthur Lira (PP-AL), mas mesmo os mais otimistas dizem que é preciso esperar para ver.
Diante do cenário, e com votações complexas pela frente, como reforma tributária e Lei Orçamentária de 2024, aliados do presidente já defendem abertamente uma guinada na relação com o Congresso, em especial com o Senado, que ensaia uma espécie de rebelião.
Segundo relatos, as cobranças de liberação de emendas por votos em projetos importantes para o governo é crescente — um senador chegou a pedir R$ 2 bilhões em emendas para seu grupo político na Casa em troca de votos para uma proposta do Planalto.
A avaliação hoje é a de o governo Lula errou ao eleger um grupo como interlocutor prioritário na Casa –o de Pacheco e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)– em detrimento de outros que votam com o Planalto sem tanta pressão em volta.
Um aliado do presidente disse ao blog que é hora de “fechar a torneira” e “reorganizar a interlocução”. Uma outra fonte descreve a sensação no governo: “Se não mudar, vai virar um poço sem fundo. A sensação é a de que o governo vai ficar com a faca no pescoço sempre que tiver um projeto importante em pauta”.
Blog Daniela Lima – G1