Nos últimos dias, após os ataques do grupo terrorista islâmico Hamas a Israel, políticos, professores, personalidades e movimentos de esquerda se manifestaram por redes sociais, entrevistas ou notas oficiais relativizando o caráter terrorista do Hamas. A Gazeta do Povo reuniu 16 dessas declarações.
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“Gaza é a maior prisão a céu aberto do mundo. Há 17 anos que ninguém pode entrar ou sair devido ao bloqueio imposto por Israel. Um povo que vive há décadas sob um regime militar e colonial de ocupação tem o direito de resistir e se levantar contra a opressão. A resistência palestina vive e é legal perante o direito internacional. Ilegal é o apartheid, o colonialismo e a limpeza étnica promovidos pelo regime israelense, que conta com o governo mais reacionário de sua história. Tratar a resistência palestina como terrorismo seria equivalente a tratar da mesma forma o levante dos judeus contra os nazistas em Varsóvia, no ano de 1943.”
– Luciana Genro, deputada estadual do Rio Grande do Sul (PSOL).
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“O terrorismo real no Oriente Médio é o do Estado sionista que promove o apartheid contra os palestinos.”
– Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre (PSOL-RS).
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“Agora era um momento propício para uma nova revolta árabe, derrubar todas as ditaduras que são, no mínimo, coniventes com os massacres de Israel.”
“Primeira crítica que faço à política externa do Lula: que notinha fraca é essa em relação ao colonialismo em Gaza. Falar do Hamas é a armadilha do sionismo.”
– Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP.
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“Podemos não gostar do Hamas, discordando de suas políticas e métodos. Mas essa organização é parte decisiva da resistência palestina contra o Estado colonial de Israel. Relembrando o ditado chinês, nesse momento não importa a cor dos gatos, desde que cacem ratos.”
– Breno Altman, jornalista, fundador do site Opera Mundi.
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“Isso tem um único culpado, o sionismo, que explora, mata, humilha os palestinos há décadas.”
“Colonos ilegais sendo expulsos. É disso que se trata.”
– Francirosy Campos Barbosa, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e integrante de um grupo de trabalho para combater o “discurso de ódio e o extremismo” do Ministério dos Direitos Humanos.
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“Os palestinos têm o direito de resistir à opressão e ao roubo de terras que Israel pratica há mais de 75 anos.”
“Vai chegar a hora…” [Em comentário acompanhado de uma imagem da bandeira de Israel pintada em um muro que está desmoronando.]
“Gaza rompe a prisão. ????????✊????” [Em comemoração aos ataques do Hamas.]
“A operação Tempestade de Al-Aqsa é o grito de basta do povo palestino.” [“Operação Tempestade de Al-Aqsa” é o nome dado pelo Hamas aos ataques terroristas recentes.]
– Sayid Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina, que teve audiência com o ministro de Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, um dia antes dessa declaração e era assessor do deputado Márcio Jerry(PCdoB-MA), que o exonerou.
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“Foi tarde. ✈️”
– Fernanda de Melo, bacharel em Relações Internacionais, sobre o assassinato da brasileira Bruna Valeanu pelo grupo terrorista Hamas. Fernanda foi convidada recentemente a palestrar em uma aula pública da Universidade de São Paulo (USP) sobre a questão palestina.
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“Ontem foi um dia histórico não só para o povo palestino, mas para todos que querem ver o mundo livre da opressão, da tirania e do terrorismo. O Hamas acendeu a chama da resistência contra o estado terrorista e fictício de Israel. Todo apoio ao Hamas! Fim de Israel!”
– Partido da Causa Operária (PCO), via X (antigo Twitter), após os primeiros ataques feitos pelo Hamas.
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“Estou aqui em nome do Partido da Causa Operária para prestar o nosso apoio irrestrito ao povo palestino e ao Hamas. O sábado foi o dia que mudou toda a história da luta anti-imperialista no mundo.”
– Francisco Muniz, diretor nacional do PCO, em uma manifestação pró-Hamas em São Paulo.
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“Apoio total e irrestrito à luta do povo palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel.”
– MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), em nota oficial que foi apagada posteriormente.
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“A Folha pode chamar o Hamas de grupo terrorista para se manter fiel ao seu Manual, mas, para manter-se fiel ao mesmo Manual, precisaria se referir a Israel como um Estado terrorista e aos seus governantes como terroristas, de acordo com a sua própria definição. (…) se a Folha faz questão de abarcar, no modo como se refere ao Hamas, o que percebe como violações do direito humanitário, ou como crimes de guerra, ou, ainda, crimes contra a humanidade, eu recorreria a outra terminologia que não a de terrorista.”
– Salem Nasser, doutor em Direito Internacional pela USP e professor da FGV-SP, em artigo no jornal Folha de S.Paulocriticando o uso da palavra “terrorista” para o Hamas.
Gazeta do Povo