O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, Arthur Maia (União-BA), desmarcou o depoimento que seria prestado pelo general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. A oitiva estava programada para a próxima quinta-feira, mas foi cancelada.
Em agenda divulgada para a próxima semana, Maia confirmou apenas as sessões com o empresário Argino Bedin, na terça-feira, e com o subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (DF) Beroaldo José de Freitas Júnior, na quinta-feira.
Em meio ao avanço das investigações sobre os ataques do 8 de janeiro e à divulgação da delação de Mauro Cid, que tratou sobre um plano golpista discutido entre oficiais de alta patente, militares próximos de Bolsonaro entraram na mira da CPI.
Braga Netto foi autor de uma frase enigmática que viralizou após a derrota de Bolsonaro nas eleições, acendendo os ânimos dos radicais. Em novembro, depois de visitar o então presidente no Palácio da Alvorada, ele conversou com apoiadores que estavam no local e disse:
— Não percam a fé, é só o que eu posso falar para vocês agora.
À coluna de Bela Megale, o general disse que não participou da reunião detalhada por Mauro Cid.
— Não estava (presente). Evitava comparecer a essas reuniões para não causar constrangimentos. Eu já estava na reserva — disse à coluna Braga Netto.
Braga Netto também disse à colunista que, após a derrota de Bolsonaro nas urnas, suas idas frequentes ao Palácio da Alvorada se deram devido à infecção na perna que o ex-presidente teve.
Depoimentos
Na próxima semana, o empresário Argino Bedin deve falar sobre a sua participação no 8 de janeiro. Ele figurou na lista de investigados como possível financiador de atos golpistas e teve as contas bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Já o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior participou da defesa do Palácio do Congresso Nacional no dia dos ataques. O depoimento foi requerido pelo deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), que quer explicações sobre os informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que trataram das ações golpistas.
Créditos: O Globo.