O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, afirmou nesta sexta-feira (25) que desvios cometidos por militares serão repudiados. A declaração foi dada em discurso na cerimônia de comemoração do Dia do Soldado, realizada no Quartel-General do Exército, em Brasília, em meio às desconfianças recentes entre o poder civil e militar.
Paiva reafirmou a missão constitucional das Forças Armadas, e disse que o respeito da instituição se deu pela obediência à Constituição. “Esse comportamento coletivo não se coaduna com eventuais desvios de conduta, que são repudiados e corrigidos, a exemplo do que fez Caxias, o forjador do caráter militar brasileiro”, assegurou.
No evento, participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – presidente em exercício, em decorrência da viagem internacional de Lula (PT) –, o ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator de investigações que atingem militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também capitão do exército reformado. Outras autoridades compareceram, como o senador General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Conforme as investigações acerca das ações e omissões diante dos atos em 8 de janeiro, quando manifestantes depredaram a sede dos Três Poderes em Brasília, diversos militares tornaram-se alvos da Polícia Federal e da CPMI que investiga o caso.
Atualmente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, preso desde maio, e seu pai, o general quatro estrelas Mauro Cesar Lourena Cid, estão no centro das investigações acerca das joias sauditas que foram recompradas nos Estados Unidos.
Cid filho foi preso sob suspeita de ter falsificado cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares, além de ser investigado em outros casos, como o do vazamento de dados sigilosos sobre urna eletrônica e os ataques do 8 de janeiro, propriamente.