BRASÍLIA – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai procurar o ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar convencê-lo a mudar de ideia sobre a reforma tributária. O ex-presidente tem sido a principal voz contrária à reforma e orientou que seus aliados no PL se oponham à mudança nos impostos. A bancada do PL tem 99 votos, a maior da Câmara.
A ofensiva de Tarcísio pró-reforma ocorre após o governador ter se reunido com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) nesta quarta-feira, 5, para negociar pontos que emperram o apoio de São Paulo à reforma. Segundo relatos, ambos se comprometeram em negociar um texto de acordo ainda hoje que libere o tema para votação na Câmara até sexta-feira, 7.
A conversa do governador com Bolsonaro deve ocorrer nesta quinta, 6, quando as principais lideranças do PL se reunirão para falar da reforma e também do cenário eleitoral.
Tarcísio tem dito a diferentes interlocutores, nos últimos dias, ser favorável à reforma e que é preciso fazer ajustes no texto para que a proposta tenha o apoio de São Paulo.
Nesta quarta, ele conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o cacique do PL, Valdemar Costa Neto, e deve se reunir ainda com parlamentares do Republicanos, seu partido, para sublinhar a mesma mensagem.
Assessores já foram avisados de que Tarcísio pretende ficar até sexta-feira em Brasília para acompanhar a votação, caso seja necessário, numa demonstração de que ele está comprometido com a reforma.
– A reforma da discórdia:
– A PEC da Reforma Tributária cria também um “IPVA Ecológico”, um acréscimo no caro IPVA que todos já pagam por seus veículos, que será progressivo de acordo com a emissão de carbono de cada modelo.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 5, 2023
Segundo apurou o Estadão, Tarcísio quer mostrar a Bolsonaro que a reforma foi gestada em seu governo. As PECs 45 e 110, que são a base da atual reforma, datam de 2019, primeiro ano do mandato de Bolsonaro. Por isso, não faria sentido ser contra.
Tarcísio já disse que enxerga o PL, assim como o Republicanos, como siglas mais pró-mercado – e que, por isso, não podem se opor à reforma, uma vez que a maior parte do setor privado é favorável à mudança tributária.
Créditos: Estadão.