Elon Musk deu poucas pistas sobre como funcionará sua nova empresa de inteligência artificial, que nasceu com o nome de xAI, durante apresentação nesta sexta-feira (14), mas ressaltou que a ferramenta não será treinada para ser politicamente correta.
Musk declarou que a xAI pretende competir com OpenAI, Google e Microsoft.
No entanto, o polêmico bilionário, na apresentação de quase duas horas, feita apenas por áudio, não deu nenhuma informação concreta sobre o tipo de ferramenta que a xAI vai oferecer, quando começará a disponibilizar serviços, quem poderá acessá-la ou se será gratuita. Ele também não fez nenhuma demonstração visual de como a xAI vai funcionar.
No entanto, Musk fez uma comparação com os populares chatbots de IA como ChatGPT, Bard ou Bing, que não respondem a perguntas de usuários se eles acharem que são racistas, violentas ou com conteúdo de ódio, o que, segundo Musk, mostra que eles são programados para serem politicamente corretos.
“Acho que há um perigo significativo em treinar uma IA para ser politicamente correta ou, em outras palavras, treiná-la para não dizer o que ela realmente acha que é verdade”, afirmou Musk na apresentação da empresa no chat do Twitter Spaces, rede social da qual ele também é proprietário desde outubro do ano passado.
Para esclarecer sua opinião, o também CEO da SpaceX e da Tesla usou o exemplo do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, e disse que nessa aventura as coisas começaram a dar errado quando o supercomputador Hal 9000 foi solicitado a mentir.
Equipes e pilares da xAI
O empresário usou o lançamento para apresentar os 11 homens por trás da xAI, vários dos quais trabalharam para empresas líderes do setor, como OpenAI, DeepMind e Microsoft.
Musk e sua equipe enfatizaram em várias ocasiões que a regulamentação da IA será fundamental para eles, mas não detalharam como isso será feito de forma concreta, especialmente porque a regulamentação ainda está nos primeiros passos, apesar dos inúmeros pedidos de algum tipo de código internacional.
Outros pilares da xAI serão a criação de uma IA mais segura, “tão curiosa quanto possível e que busque a verdade”, já que o objetivo final é entender a verdadeira natureza do universo.
Durante a apresentação, Musk recebeu perguntas de vários usuários masculinos do Twitter Blue, incluindo o hacker Kim Dotcom; o escritor da biografia de Steve Jobs e do livro Elon Musk, que será lançado em setembro, Walter Isaacson.
Em uma das respostas, Musk detalhou que a xAI usará tuítes públicos para treinamento e enfatizou que isso é algo que todas as empresas de IA, grandes e pequenas, fizeram ilegalmente.
ChatGPT, uma empresa ‘voraz’
Musk descreveu a OpenAI, criadora do ChatGPT, como uma empresa “voraz”. A empresa, que este ano começou a colaborar com a Microsoft, foi fundada como uma empresa de pesquisa de inteligência artificial sem fins lucrativos para “avançar na inteligência digital” e fazer com que ela “beneficie a humanidade como um todo, sem restrições pela necessidade de gerar retorno financeiro” em dezembro de 2015.
Musk estava entre os cofundadores da OpenAI e chegou a ser copresidente antes de sair em 2018, uma retirada em circunstâncias pouco claras: como a OpenAI e Musk disseram na época, o sul-africano deixou a companhia para evitar conflitos de interesse, já que a Tesla se concentrou mais em IA.
No entanto, de acordo com o portal de notícias Semafor, Musk propôs assumir a liderança da OpenAI e se retirou depois que sua proposta foi rejeitada. Já o jornal Financial Times informou que a saída de Musk também se deveu a conflitos com outros membros da diretoria e da equipe sobre a abordagem da OpenAI em relação à segurança da IA.
Fonte: R7.