Após Jair Bolsonaro ter a sua inelegibilidade confirmada, na tarde desta sexta (30), em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ex-bolsonaristas se dividiram entre o silêncio e a comemoração nas redes. A mais efusiva foi a ex-deputada Joice Hasselman. No seu Twitter, ela disse que a ação foi o “primeiro passo” e pediu a prisão do ex-presidente.
A senadora Soraya Thronicke (União-MS) foi outra a celebrar a condenação e disse que “ninguém está acima da lei”. Por outro lado, nomes como Kim Kataguiri, Janaína Paschoal, Wilson Witzel, João Dória, Alexandre Frota e Abraham Weintraub, que também se afastaram de Bolsonaro em algum momento, não se manifestaram ou fizeram apenas postagens comedidas.
A ex-deputada federal Joice Hasselman fez uma série de publicações nas redes. Desde que rompeu com Bolsonaro, ela passou a ser uma das vozes mais ativas, na internet, contra o ex-presidente. Nos últimos dias, o julgamento no TSE foi o principal assunto nas suas postagens. Nesta sexta, ela se manifestou logo após o voto decisivo de Carmen Lucia: “4×1. TSE forma maioria para tornar Bolsonaro INELEGÍVEL por 8 ANOS, até 2030! Carmen Lúcia deu o voto DECISIVO. “O ex-presidente quis DESQUALIFICAR a Justiça Eleitoral e com isto ATACAR a democracia” “…foi responsável por um monólogo de autopromoção com agravos contundentes contra o Judiciário””
Em seguida, ela publicou que a inelegibilidade é, na sua opinião, “apenas um primeiro passo para um longo caminho de justiça que precisa ser feito. Ele tem que estar fora não só do jogo eleitoral, mas das ruas. Bolsonaro é perigoso em todos os sentidos”, escreveu.
Já a senadora Soraya Thronicke destacou que “ninguém está acima da lei”. Ela também fez uma referência ao discurso usual de Jair Bolsonaro, de “jogo dentro das quatro linhas”, para o criticar e dizer que, na verdade, ele joga “fora das tais quatro linhas”.
“Ninguém está acima da lei! Hoje a justiça cassou os direitos políticos de Bolsonaro,o homem que joga fora das tais 4 linhas,que mente e manipula pessoas de boa-fé. 18/7/22 foi tb uma tentativa de encontrar apoio externo para o golpe.”
Kim Kataguiri ignora Twitter, mas faz postagem no Facebook
Líder do Movimento Brasil Livre (MBL), que por tempos apoiou Jair Bolsonaro, Kim Kataguiri (União-SP) não fez nenhuma postagem sobre o julgamento em seu Twitter, rede que utiliza com maior frequência. O deputado federal optou, no entanto, por uma postagem na sua conta do Facebook, onde apenas informava a decisão da inelegibilidade, sem manifestar críticas ou celebrações.
Ex-ministro de Bolsonaro e também rompido com o antigo presidente, Abraham Weintraub não comemorou a decisão nas redes. Em seu Twitter, ainda antes do resultado final no TSE, ele fez apenas uma menção indireta sobre o caso, em uma chamada para sua live, na noite desta sexta. Na postagem, ele critica a “lepra bolsonarista” e faz uma referência a um possível plano de candidatura de Michele Bolsonaro.
A deputada estadual Janaína Paschoal, que em 2018 chegou até a ser cotada para a vaga de vice de Bolsonaro, não se manifestou nesta sexta. Na quinta, quando o placar a favor da inelegibilidade já era provável, ela publicou um comentário com críticas a apoiadores de Lula e dizendo que ela era uma das poucas do entorno de Bolsonaro que não o incentivava a fazer críticas ao TSE e ao STF. “O tempo é o Senhor da verdade. Esses grandes amigos do Presidente se elegeram, ele perdeu e não poderá concorrer por um bom tempo”.
Outros nomes que romperam com Jair Bolsonaro ao longo da sua gestão ficaram em silêncio nessa sexta. Foram os casos, por exemplo, dos ex-governadores João Doria e Wilson Witzel, do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta e dos ex-deputados Delegado Waldir e Alexandre Frota.
Créditos: O Globo.