Documento deve ser divulgado ao público somente após as eleições
O ex-presidente e ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspendeu a apresentação da versão final do seu programa de governo federal. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.
De acordo com a emissora, no momento, a ideia predominante da campanha do petista é apresentar um programa apenas após as eleições de outubro.
Antes, o plano de Lula era publicar um documento aprofundando diretrizes gerais apresentadas no dia 21 de junho.
Segundo a CNN, “a ideia ventilada era, no decorrer da campanha, apresentar um programa a partir de dois eixos: sugestões recebidas por uma plataforma na internet e também em mesas de diálogos setoriais”.
Ambas ocorreram, porém aconteceu uma reavaliação interna na campanha de Lula sobre a conveniência de formalizar um programa de governo antes da eleição.
O principal motivo, de acordo com fontes da campanha de Lula consultadas pela CNN Brasil, é o de que a ausência de um documento definitivo supostamente ajuda o petista a angariar apoios que tem buscado, “especialmente entre nomes ao centro do espectro político”, segundo a emissora.
“Justamente o perfil que petistas buscam para tentar vencer no primeiro turno, estratégia central da campanha nesta reta final”, afirma a CNN.
Uma alta fonte da campanha de Lula disse à emissora que o apoio de parte dos ex-candidatos à Presidência “é um exemplo disso”.
A leitura da campanha é de que, se já houvesse um programa fechado por Lula, não seria possível negociar apoios na reta final para o 1º turno das eleições de outubro.
Integrantes da campanha também afirmam que não é um programa apresentado de antemão que fará Lula vencer.
“Mais que isso, a depender do que estiver no documento, pode dar munição ao principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro”.
Integrantes do QG de Lula afirmaram à emissora que essa “munição” pode ser explorada tanto de forma negativa como de forma positiva.
À CNN Brasil, o coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante, confirmou que que “não há prazo” para o programa de governo mas que “as principais propostas estão sendo lançadas ao longo da campanha”.