No início da manhã, o movimento já era grande na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde ocorreu desfile cívico-militar nesta quarta-feira (7). No bicentenário de Independência, ambulantes esperam faturar ainda mais do que conseguiram no ano passado.
Luzimar Oliveira Filho, 52 anos, disse que no ano passado trabalhou na manifestação em Brasília e faturou, nos dias 6 e 7 de setembro, R$ 10 mil. Luzimar atua como ambulante no país inteiro, em diferentes tipos de evento e manifestação. “Para mim, o público não faz diferença. O dinheiro é o mesmo”, diz.
Sérgio Caetano, 33 anos, vende bandeiras, camisetas e conta que, no ano passado, obteve R$ 5 mil em produtos na manifestação de 7 de Setembro. “Eu senti que no ano passado estava melhor, mais movimentado”, diz.
Parte dos ambulantes instalados ao longo da Esplanada apoia o presidente Jair Bolsonaro, cuja face estilizada serve de estampa em muitos dos produtos vendidos. No entanto, havia simpatizantes do principal adversário dele na disputa eleitoral. Um comerciante que não quis se identificar é integrante da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que atua como artista ativista.
No ano passado, ele também montou uma banca em 7 de setembro. Na ocasião, faturou R$ 2.000 com a venda de camisetas. Neste ano, pretende ganhar R$ 3.000 com toalhas, faixas e até uma réplica de documento de identidade que apresenta o presidente como “mito”. O dinheiro ajuda no sustento dos dois filhos.
“Bolsonaro é o que mais vende”, explica Anderson Cabral, ambulante. Ele levou até a Esplanada dos Ministérios 20 mil camisetas para vender. Cada uma custa R$ 50. “Aceito Pix, débito, crédito, auxílio emergencial, bolsa família”, afirma. “Quero sair daqui milionário”, brinca.
A Secretaria de Segurança Pública cadastrou os ambulantes que estão instalados ao longo das vias N1 e S1, entre a Catedral e o Congresso Nacional. Ao todo, são cerca de 150 vendedores. Quem ficou atrás do cordão de isolamento não precisou se cadastrar.