O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria do Senado, protocolou o 146° pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A solicitação se deve à convocação que o presidente fez aos atos na rua no 7 de Setembro deste ano. Nenhum dos pedidos feitos até hoje teve andamento no Congresso Nacional.
“O ato foi convocado e promovido publicamente, de modo leviano e inconsequente, atos antidemocráticos no 7 de Setembro”, informou o documento. “Além disso, o presidente se comportou de forma desrespeitosa contra magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).”
O pedido para “impichar” Bolsonaro também cita as declarações do presidente durante a convenção do PL que oficializou a candidatura do atual chefe do Executivo à Presidência. Em seu discurso, o chefe do Executivo convocou a população brasileira para ir às ruas pela última vez e fez referências aos atuais ministros do STF. “Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo.”
Para Prates, a fala do presidente incitou seus apoiadores a atentarem contra a democracia com as comemorações de 7 de Setembro, além de agredir verbalmente o Poder Judiciário. “Não se trata de força de expressão ou de liberdade de pensamento. O presidente da República deve se comportar como a representação maior da nossa democracia. Bolsonaro sabe do poder que detém, enquanto presidente, e usa disso para incitar pessoas contra as instituições e contra o regime democrático. Isso é criminoso.”
Durante o mês de junho, esse foi o segundo pedido de impeachment apresentado pelo mesmo senador, e deve parar na gaveta de Arthur Lira (Progressistas/AL), presidente da Câmara dos Deputados. “Não é porque Arthur Lira se recusa a dar andamento a esses pedidos que devemos desistir deles”, afirmou Prates. “Todas as vezes em que Bolsonaro atentar contra a democracia ou o cargo que ocupa, vou protocolar um novo pedido. A gaveta de Lira vai ficar pesada, mas ele vai ter que se explicar com a história em muito pouco tempo.”