Depois de o Brasil registrar a primeira deflação desde maio de 2020, os analistas do mercado financeiro consultados pelo BC (Banco Central) derrubaram, pela oitava semana consecutiva, as expectativas para a inflação deste ano. As projeções indicam também uma nova queda dos preços em agosto (-0,26%).
Com a atualização publicada nesta segunda-feira (22), a previsão atual é de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2022 em 6,82%, ante alta prevista de 7,02%. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto de 7,3% nos 12 meses finalizados no próximo mês de dezembro.
A previsão de alta menor dos preços surge após a redução da alíquota do ICMS sobre a gasolina e a energia elétrica nos estados — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação das instituições, o alívio deve ser sentido no bolso das famílias até o fim de 2022.
Mesmo menor, a nova expectativa significa que o IPCA chegará ao fim deste ano acima da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). De acordo com o documento, a possibilidade de a inflação superar o teto da meta em 2022 é de 100%.