Medidas ambientalistas impostas pelo atual governo podem extinguir até 30% das fazendas do país
Os protestos de agricultores holandeses contra as políticas ambientalistas impostas pelo atual governo estão se intensificando. O primeiro-ministro do país, Mark Rutte, pretende reduzir as emissões de óxido de nitrogênio em 95% até 2030. Esse composto químico gasoso provém especialmente do esterco e da urina de bovinos, suínos e outros animais, mas também pode ser observado no uso de amônia em fertilizantes.
Os agricultores alegam que essa medida resultará na extinção de pelo menos 30% das fazendas holandesas. Isso porque os trabalhadores rurais poderiam ser proibidos de usar fertilizantes e teriam de reduzir o número de animais em suas propriedades. A insatisfação dos manifestantes também se justifica pelo fato de as medidas de redução de nitrogênio não serem impostas a outros setores da economia, como o da indústria aérea.
De acordo com o portal DW, a Holanda tem quase 55 mil empreendimentos rurais, que somaram exportações de € 94,5 bilhões em 2019.
Holanda em choque
O clima é de tensão. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram pequenos tratores levando tiros depois de passar por bloqueios policiais. Segundo a corporação, ninguém ficou ferido. Três pessoas foram presas.
As autoridades alegaram que os manifestantes tentaram entrar nos carros dos policiais. “Uma situação ameaçadora surgiu”, informaram. “Tiros de advertência foram disparados.” Entretanto, nenhum dos vídeos mostra os manifestantes tentando invadir os veículos dos policiais.
Os agricultores também compraram um tanque de guerra para bloquear os centros de distribuição. O objetivo é mostrar o que acontecerá se o fornecimento de alimentos for impactado pelas políticas ambientalistas.
Em alguns supermercados, essas medidas já surtiram efeito. Vídeos divulgados por cidadãos holandeses mostram que as prateleiras estão vazias.
As manifestações foram além. Os agricultores derramaram estrume nos escritórios do governo e nos arredores das casas dos ministros. Prédios públicos também foram alvo dos cidadãos.