O deputado federal Zé Trovão criticou duramente Jair Bolsonaro em conversa com aliados, sem saber que estava sendo gravado. Em áudio obtido pela coluna de Paulo Cappelli/Metrópoles, ele afirma que o ex-presidente é “o maior mau exemplo para a política”. Ouça:
Zé Trovão é gravado em diálogo que fala mal de Bolsonaro; OUÇA pic.twitter.com/MZ66qEFGNT
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) January 30, 2024
Curiosamente, ao se referir a Bolsonaro na reunião, o deputado criticou o ex-presidente por “querer resolver as coisas no grito, na guerra”. Segundo fontes, a gravação foi feita três meses após a última eleição presidencial.
Na ocasião, Zé Trovão fazia um desabafo sobre o assessor Jackson Schubert, lotado em seu gabinete na Câmara. No diálogo, o deputado dá a entender que o servidor reprovava críticas que o parlamentar fazia a políticos do mesmo espectro político.
Zé Trovão se pronuncia
A coluna citada procurou a assessoria de imprensa do deputado Zé Trovão. O próprio parlamentar entrou em contato e deu sua versão sobre o áudio:
“Eu já disse que não concordo com muitas coisas do Bolsonaro. Mas não tem sentido eu falar que Bolsonaro é mau exemplo. Ele é o maior exemplo, não mau. Somente em alguns momentos ele deixou de fazer coisas que eram importantes para não gerar desagrado nacional. Tudo o que tenho devo ao Bolsonaro”, disse Zé Trovão.
O deputado continuou:
“Essa parte do áudio [‘Bolsonaro é o maior mau exemplo’], para mim, está esquisita. Eu nunca disse que era mau exemplo pra ninguém. Eu disse que ele cometeu erros. Não concordo com tudo o que ele fez, mas concordo com 99% do que ele fez. Na minha plena convicção e consciência, eu jamais diria que Bolsonaro é mau exemplo.
Mau exemplo é bandido, corrupto, criminoso. Isso ele nunca foi. Tanto que tentam a todo custo arrumar alguma forma de prendê-lo e não conseguem. Se ele cometeu erros nas falas dele, cometeu por ser verdadeiro, por ser transparente, assim como eu também sou.
E Bolsonaro não entregou a eleição para o Lula. O cara [atual presidente] que teve mais de 60 milhões de votos e não pode sair na rua… Como não se pode questionar mais nada no país, a gente tem que aceitar a eleição. Infelizmente, a gente perdeu a eleição.
Eu me lembro exatamente de uma conversa que eu tive com o Jackson [assessor]. Falei que não gosto de algumas pessoas que se vendem como de direita e não são de direita, se elegeram nas costas do presidente Bolsonaro, mas não cumprem o dever”.
Com informações da coluna de Paulo Cappelli pelo portal Metrópoles