Um veterano de guerra dos Estados Unidos confessou ter simulado a necessidade de usar uma cadeira de rodas nos últimos 20 anos, enquanto estava, na verdade, plenamente capaz de andar. Durante essa fraude, Christopher Stultz, de 49 anos, obteve ilegalmente o equivalente a R$ 3,3 milhões em benefícios sociais.
A artimanha veio à tona quando Christopher, que serviu na Guerra do Golfo de 2 de agosto de 1990 a 28 de fevereiro de 1991, foi flagrado “caminhando normalmente” após suas visitas ao escritório do Departamento de Assuntos de Veteranos. Em outubro de 2021, ele compareceu ao centro médico do departamento, em Boston, em uma cadeira de rodas. No entanto, ao sair, surpreendeu ao levantar-se, guardar o equipamento no porta-malas e dirigir normalmente. Posteriormente, foi visto se locomovendo sem dificuldades em um shopping, sem a necessidade da cadeira de rodas.
No ano seguinte, durante a visita anual ao centro médico, Christopher repetiu o mesmo comportamento, renovando assim seus benefícios. Na última quinta-feira (25/1), o ex-militar se declarou culpado por ter feito declarações falsas ao Departamento de Assuntos de Veteranos em 2003, a fim de obter uma classificação de 100% de incapacidade. Esta informação foi divulgada pelo Gabinete do Procurador dos EUA, de acordo com uma reportagem do “NY Post”.
Além da fraude para obtenção de benefícios sociais, o veterano, que atualmente é professor do ensino fundamental, utilizou sua suposta limitação de mobilidade para adquirir “carros especiais projetados para auxiliar veteranos com mobilidade reduzida”, os quais possuem um custo significativamente menor em comparação aos veículos convencionais.
Christopher Stultz é professor primário — Foto: Reprodução/X
Diversas pessoas que conheceram Christopher nos primeiros anos de 2000 também afirmaram aos investigadores que nunca tiveram conhecimento da necessidade dele de uma cadeira de rodas ou de qualquer outra forma de assistência para locomoção.
Ao ser questionado por autoridades sobre sua mobilidade, o veterano admitiu que era capaz de utilizar ambos os pés e estava ciente de que estava recebendo indevidamente benefícios adicionais, conforme evidenciado por documentos.
O professor foi formalmente acusado de prestação de declarações falsas em 13 de setembro de 2023, e a sentença está agendada para 6 de maio de 2024. Ele enfrenta a possibilidade de até 5 anos de prisão e três anos de liberdade condicional. Além disso, pode ser condenado a reembolsar integralmente os fundos recebidos fraudulentamente ao longo dos anos.
Com informações de Extra/Globo