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O PT busca superar os desafios das eleições municipais, apostando na influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na máquina federal para reverter o resultado aquém das expectativas em 2020, quando não conquistou prefeituras em nenhuma das 26 capitais brasileiras. No entanto, o cenário atual apresenta novos obstáculos: embora possua candidatos competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera pesquisas ou é considerado favorito neste momento, destacando a dificuldade do partido em formar novas lideranças.
Paralelamente, pré-candidatos apoiados pelo PT, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes (PSD-RJ), lideram em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, os dois maiores colégios eleitorais, assim como João Campos (PSB-PE) no Recife.
O PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, podendo chegar a 14 nos próximos meses, com incertezas em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). Nas demais cidades, há uma tendência de apoio a candidatos de partidos aliados do governo Lula.
A disputa mais acirrada ocorre em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) enfrenta o senador Vanderlan Cardoso (PSD), com 15% e 23% das intenções de voto, respectivamente. A petista negocia uma possível aliança com o PSD, buscando uma frente ampla de partidos.
O cientista político Rodrigo Prando destaca a dependência do PT em relação a Lula, o que pode prejudicar o surgimento de novas lideranças no partido. Segundo ele, quando surge alguém com potencial para liderar e renovar o partido, há resistência interna.
Lula adotará cautela em cidades onde há mais de uma candidatura da base governista, evitando interferências acintosas. Essa regra não se aplica a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos, mesmo com outras pré-candidaturas na base governista.
Em Belo Horizonte, o deputado federal Rogério Correia (PT) concorre com Fuad Noman (PSD) e Duda Salabert (PDT). A expectativa é que Lula apoie candidatos compreendendo a dinâmica dos partidos da base.
A pré-candidata em Porto Alegre, Maria do Rosário (PT), ressalta a disputa contra o bolsonarismo, destacando o apoio do prefeito Sebastião Melo (MDB) ao bolsonarismo. Lula centrará esforços em viagens domésticas para impulsionar as candidaturas locais.
Em Fortaleza (CE), há disputa interna no PT entre a deputada Luizianne Lins e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão. Lula deve ser ativo nas campanhas, mas evitando interferências em candidaturas da base governista.
Com informações do UOL Notícias.