Em decorrência da reação desfavorável do mercado financeiro e de outros agentes econômicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abandonou a tentativa de nomear o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo de CEO da Vale, empresa privatizada na década de 1990. De acordo com O Globo, mesmo sem participação direta na mineradora, o governo buscava uma saída para indicar Mantega aos acionistas, mas a ideia foi descartada após alertas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a própria desistência de Mantega.
Auxiliares de Lula indicaram que Mantega ficou constrangido com a repercussão negativa em torno de sua indicação. O governo, insatisfeito com a gestão atual, discorda da continuidade de Eduardo Bartolomeo como CEO. O presidente do Conselho da Vale, Daniel Stieler, teria alertado o Planalto sobre a possível rejeição do nome de Mantega pelo colegiado.
Embora o governo mantenha influência indireta na Vale por meio da Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, a empresa é considerada uma corporation, com capital pulverizado. A reação positiva do mercado às notícias de desistência indicou que a nomeação de Mantega seria vista com ceticismo pelos investidores.
As ações da Vale, que haviam registrado quedas recentes, reverteram para o positivo após a notícia da desistência. A expectativa agora é de que uma decisão sobre a renovação do mandato de Bartolomeo ou sua substituição seja tomada em uma reunião do Conselho da Vale prevista para a próxima semana.