Foto: Reprodução/O Globo.
No dia 26 de janeiro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a suspensão das investigações relacionadas à Operação Lava Jato, as quais têm como base a delação do doleiro Lúcio Funaro. As informações foram divulgadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.
De acordo com a publicação, os advogados de Eduardo Cunha solicitam a suspensão das investigações até que possam ter acesso integral às conversas entre os promotores do Ministério Público Federal (MPF) e outras autoridades que foram hackeadas, tornando-se públicas na chamada “Vaza Jato”. A defesa alega que a 10ª Vara Federal de Brasília teria desrespeitado uma decisão do ministro do STF, Dias Toffoli, ao conceder apenas um acesso parcial ao material.
As conversas telefônicas, agora parte do material coletado na Operação Spoofing, sugerem que os procuradores da Lava Jato “tinham conhecimento da falta de credibilidade do delator e, mesmo assim, o utilizaram para incriminar Eduardo Cunha com alegações criminosas”.
A petição enviada ao Supremo, obtida pelo Estadão, destaca que, com o acesso parcial às mensagens da Operação Spoofing, foi possível identificar que o delator Lúcio Funaro, figura central na acusação contra Eduardo Cunha, era conhecido no MPF por “produzir falsas acusações em grandes operações da PF”.
A defesa alega que existem circunstâncias que reforçam a necessidade de garantir o acesso integral aos dados da Spoofing, pois tais informações podem confirmar a utilização ilegal da delação de Funaro com o propósito de formular acusações falsas contra Eduardo Cunha, conforme revelado pelo jornal “O Globo”.
Cunha, cassado em 2016, foi condenado em segunda instância a 15 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, chegando a ser detido. Em 2021, enquanto cumpria pena em prisão domiciliar, teve sua prisão revogada.