O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), respondeu aos comentários do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmando que o parlamentar era “frouxo” e “omisso” por permitir as ações da PF no Congresso e por não pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF. E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, disse Pacheco em resposta a Valdemar.
Valdemar subiu o tom contra Pacheco nesta quinta-feira (25). Os agentes chegaram por volta das 6h30 da manhã desta quinta-feira ao gabinete do parlamentar Alexandre Ramagem na Câmara dos Deputados. O deputado do partido de Bolsonaro é alvo da PF em uma operação que o investiga por um suposto monitoramento ilegal que teria sido feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período em que a chefiou.
Nas redes, ele criticou a entrada da PF no gabinete, afirmando que o presidente do Congresso deveria tomar providências. “Isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro”.
O presidente do PL ainda afirmou nesta quinta-feira que a operação da PF era uma é uma perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
— É mais uma perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas e a direita do país. Mas, isto só ocorre pelo fato de termos um presidente do Congresso frouxo. O Rodrigo Pacheco deveria agir pelo impeachment dele. A função do Ramagem, à frente da Abin sempre foi investigar — disse Valdemar.
Ao GLOBO, Valdemar complementou:
— Precisamos acabar com essa pouca vergonha de termos a toda semana deputado tendo a sua casa invadida pela PF e gabinetes devassados. O parlamento está sendo desrespeitado e o Pacheco está sendo omisso.
Valdemar se refere à operação da semana passada contra o deputado e pré-candidato à prefeitura de Niterói (RJ), Carlos Jordy. O parlamentar foi alvo de busca e apreensão na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que apura os ataques do 8 de janeiro.
O Globo