A caminho de sua segunda recuperação judicial em pouco mais de dez anos, a OSX, empresa de construção naval do ex-bilionário Eike Batista e última que restou do antigo império X, já foi um empregão a executivos do setor.
Em 2012, último ano antes do primeiro pedido de recuperação judicial, feito em 2013, o salário anual do presidente da companhia foi de R$ 7,1 milhões — valor que já havia sido de R$ 21,3 milhões em 2010 e R$ 14,9 milhões em 2011.
Mas, na década seguinte, em que o pedido de proteção contra falência foi aprovado e posto em prática, as vacas magras passaram a circular no contracheque do executivo mais graduado da OSX. O salário anual foi de R$ 913.879,20 em 2020, de R$ 719.598,28 em 2021 e de R$ 1 milhão em 2022 — o atual CEO ocupa o cargo desde 2021.
Em seu novo pedido de recuperação judicial, apresentado no sábado (20/1) à Justiça do Rio de Janeiro, a OSX informou possuir dívidas da ordem de R$ 7,9 bilhões.
Uma de suas principais credoras é a Prumo, antiga LLX, operadora do Porto do Açu, empreendimento que era a joia da coroa do ex-bilionário, onde a OSX opera — em novembro, a Prumo cobrou R$ 400 milhões da empresa de Eike.
O projeto do porto em São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, passou em 2013, em meio à vertiginosa queda do ex-bilionário, ao controle do grupo americano EIG Global Energy Partners, dono da Prumo.
Metrópoles/Guilherme Amado