Na campanha presidencial de 2018, o candidato pela coligação PSOL-Rede, Guilherme Boulos, recebeu 6,2 milhões de reais em doações eleitorais, de acordo Tribunal Superior Eleitoral. Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, ele teve pouco mais de 600 mil votos. Na época, para centralizar sua contabilidade, o hoje deputado federal criou a empresa Eleição 2018 Guilherme Castro Boulos Presidente.
No final deste ano, Boulos voltará aos palanques, agora como candidato a prefeito de São Paulo, provavelmente com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) de vice. Há, porém, um problema no caminho da chapa PSOL-PT. O deputado, segundo o fisco, não recolheu os impostos de sua empresa. Por isso, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional está cobrando 44,4 mil reais do parlamentar.
Os débitos de Boulos estão registrados no cadastro da Dívida Ativa da União. Significa que, após o processo administrativo, caso o débito não seja quitado, a Procuradoria vai ingressar com uma representação junto à Justiça Federal para cobrar o parlamentar. A Receita não detalha as informações sobre as autuações da empresa de Boulos, mas a PGFN registra que os débitos são relativos à contribuição de segurados, ou seja, dívidas com a Previdência Social.
Em 2020, quando disputou o cargo de prefeito de São Paulo, Boulos defendeu custear um projeto de assistência social às pessoas em situação de extrema pobreza através da cobrança da Dívida Ativa da Prefeitura. Na ocasião, o parlamentar advertiu: “Dinheiro tem, o problema é falta de prioridade”. E acrescentou: “Eu vou ter prioridade em fazer isso, outros prefeitos tiveram as campanhas financiadas por esses mesmos devedores. Eu não tenho o rabo preso, vou fazer esse enfrentamento”. Ele chegou ao segundo turno e conseguiu 2,1 milhões de votos.
Procurado, Boulos ainda não se pronunciou. A assessoria de imprensa do deputado informou que enviaria um posicionamento sobre os débitos que constam na Dívida Ativa da União.
Créditos: VEJA.