A Polícia Civil prendeu preventivamente a ex-funcionária de uma escola de educação infantil de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, por tortura qualificada. A mulher de 20 anos é uma das indiciadas no inquérito que investigou agressões contra crianças com idades entre 6 meses e 3 anos.
CENAS FORTES: ex-funcionária de creche é presa por agredir bebês em Caxias do Sul pic.twitter.com/x26O6xcBFx
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) January 18, 2024
O g1 teve acesso a vídeos registrados por câmeras de segurança dentro da creche que mostram crianças sendo arrastadas e agredidas com tapas e empurrões. No total, quatro ex-funcionárias foram indiciadas pelo crime de tortura contra as crianças.
Airton Barbosa de Almeida, advogado que representa a instituição, disse ao g1 que “a escola interrompeu as suas atividade” e que “a administradora não tinha conhecimento dos fatos até sua divulgação e nunca admitiu práticas ilegais”. Leia nota completa abaixo.
De acordo com Almeida, as quatro funcionárias envolvidas nas agressões foram demitidas. “As duas primeiras haviam sido advertidas dois dias antes da ocorrência policial. Com as imagens, a proprietária saiu da delegacia e demitiu por justa causa. Uma semana depois foi chamada a identificar uma terceira, identificou e ela foi afastada e demitida posteriormente. Todo o quadro foi desligado. Foi somente o tempo de conseguir pagar as rescisões”, disse.
O caso corre em sigilo e a polícia não informou se pediu a prisão das outras três ex-funcionárias. Os nomes das envolvidas não foram divulgados. A escola está fechada.
Pai encontrou imagens durante manutenção
A denúncia à Polícia Civil foi feita em 1º de novembro de 2023, depois que um pai retirou da escola uma das câmeras de segurança para fazer a manutenção. Ao ver as imagens, o homem teria entregado à polícia três cartões de memória com os vídeos.
As supostas agressões foram registradas em uma escola particular que vende vagas à Prefeitura de Caxias. O nome da escola e sua localização não serão divulgadas pela reportagem para preservar a identidade das crianças, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em nota enviada à RBS TV em novembro, a prefeitura de Caxias do Sul disse que havia 34 crianças matriculadas na escola por meio do sistema de compra de vagas e que essas crianças foram transferidas para outras instituições.
Nota da escola
“A administração da escola participou ativamente do inquérito fornecendo documentação, detalhando rotinas, esclarecendo os fatos, identificando os envolvidos, demitiu e afastou funcionárias. Por conta da redução quase total dos alunos, por medidas adotadas pela municipalidade, a escola interrompeu as suas atividades diante da inviabilidade econômica de prosseguir. As conclusões do inquérito e o acesso ao expediente após o encaminhamento ao Poder Judiciário ainda não foram autorizados. O que se pode afirmar sobre o mérito é que a administradora não tinha conhecimento dos fatos até sua divulgação e nunca admitiu práticas ilegais. Caso necessários maiores esclarecimentos estes serão prestados tanto para a autoridade policial, quanto para o MP e poder judiciário, especialmente por envolver menores.”
G1