Em conversa com a coluna de Paulo Cappelli/Metrópoles, Jair Bolsonaro minimizou o elogio de Valdemar Costa Neto a Lula e garantiu que a relação com o dirigente, que comanda o PL, segue harmônica:
“O casamento com o Valdemar está firme. Nele, eu sou o marido. E todos sabem que quem manda na relação é a mulher [risos]. Valdemar é o comandante do partido”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente minimizou as recentes declarações do dirigente exaltando Lula.
“Valdemar tem um coração grande. Por isso, elogia muita gente. Ele não tem maldade. Em nenhum momento do vídeo que circulou [sobre a fala de ‘implosão do partido’] eu citei o nome do Valdemar. Como dirigente partidário, ele tem cumprido o que foi acordado comigo”, disse, sem entrar em detalhes sobre quem seria o alvo da crítica do vídeo.
“O sentimento da população é nítido. A popularidade do Lula só cai. Para ir a uma praia, tem que cercar a praia [para não ser importunado]”, afirmou Bolsonaro.
Em relação às divergências com Valdemar durante as eleições municipais deste ano, especialmente em São Paulo, Bolsonaro optou por adotar uma postura cautelosa. O ex-presidente expressou apoio a Ricardo Salles, deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, enquanto Valdemar manifestou preferência pela reeleição do prefeito Ricardo Nunes, do MDB.
“Todo mundo quer saber como o PL vai se posicionar em São Paulo. Quem será indicado para vice do Ricardo Nunes. E eu não vou falar disso agora [risos]. O que posso dizer é que tenho conversado muito com o Valdemar”.
Segundo apuração da coluna, o líder afirmou a seus aliados que a possibilidade de apoiar a candidatura de Salles é “zero vezes zero”, devido às críticas contundentes recebidas do deputado. No entanto, defensores de Salles argumentam que, no cenário político, o conceito de zero é relativo.
Integrantes do partido dizem que a maior possibilidade, no momento, é o PL indicar o vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes.
Maior fundo eleitoral
Ao conquistar a maior representação na Câmara dos Deputados em 2022, o Partido Liberal (PL) garantirá a maior parcela do financiamento eleitoral nas eleições municipais deste ano. Com Bolsonaro como seu principal impulsionador político, a agremiação disporá de um montante de R$ 869 milhões destinado às despesas durante as campanhas.
Ambiciosa, a meta da sigla é eleger 1.500 prefeitos em 2024.
Com informações de Metrópoles/Paulo Cappelli