Foto: Pixabay
A busca por métodos mais eficazes na detecção precoce do câncer ganhou um impulso significativo, com recentes avanços concentrados em técnicas de imagiologia e biópsia líquida, incluindo testes de DNA de tumores circulantes. Agora, a proteômica, estudo abrangente das proteínas, emerge como uma promissora fronteira para identificar precocemente o câncer.
Contudo, o uso de proteínas plasmáticas como biomarcadores tem enfrentado desafios devido à complexidade do proteoma e à baixa sensibilidade na detecção de proteínas menos abundantes. Recentemente, um estudo publicado na conceituada revista científica BMJ Oncology revelou um novo teste capaz de medir proteínas plasmáticas, detectando 18 tipos de câncer em estágios iniciais, superando outras abordagens.
Os dados, provenientes da equipe do renomado laboratório Novena de Palo Alto, na Califórnia, indicam que o câncer é responsável por uma em cada seis mortes globalmente. Cerca de 60% dessas mortes relacionam-se a tumores sem testes de rastreio disponíveis. Métodos tradicionais, como colonoscopias e tomografias, apresentam desvantagens como invasividade e custos elevados.
O novo teste baseia-se na análise de proteínas plasmáticas, preenchendo lacunas ao focar em marcadores indetectáveis. Com amostras de 440 pacientes diagnosticados com diferentes tipos de câncer, o teste alcançou sucesso ao identificar o local de origem em mais de 80% dos casos. Os resultados destacam uma alta sensibilidade na detecção de estágios iniciais, com uma precisão de 99% no estágio I.
Os painéis de rastreio específicos por gênero, construídos com 10 proteínas, demonstraram uma eficácia notável, detectando 93% dos cânceres em homens e 84% nas mulheres. Com uma elevada distinção, acessibilidade e eficácia, o teste de plasma baseado em proteínas surge como uma ferramenta promissora para triagem, podendo reduzir significativamente mortes e doenças.
Contudo, o estudo enfrenta algumas limitações, como o tamanho da amostra, podendo afetar a generalização dos resultados. Além disso, focando predominantemente em cânceres iniciais, há ressalvas sobre a representatividade para populações diversas ou em estágios avançados da doença.
*Ashkan Afshin é o autor principal do estudo e pesquisador da Novelna em Palo Alto, na Califórnia, EUA.