Nascido e criado dentro de uma academia de boxe da qual o pai era o proprietário, Caio Henrique Batista da Silva, 29 anos, não teve dificuldades em subjugar, espancar e deixar quase morto seu colega na cela 10 da Ala G, no Presídio do Distrito Federal II (PDF II), no complexo penitenciário da Papuda. Entre janeiro de 2022 e os primeiros dias de 2024, a Polícia Civil registrou sete brigas em algum dos presídios do DF.
Caio, que é lutador de boxe e jiu-jitsu, desferiu cerca de 40 golpes contra André da Silva Lopes, 26, após uma discussão envolvendo o suposto furto de duas bermudas que pertenciam a Caio. A vítima teve a cabeça dilacerada e corre risco de morte cerebral. Ele foi levado às pressas de helicóptero para o Hospital de Base. A briga ocorreu na tarde de quinta-feira (11/12).
O autor do espancamento cumpre pena há nove anos pelos crimes de assalto, porte de arma e receptação e nunca havia brigado com outros presos. Em depoimento, ele contou ter agredido o colega de cela após uma discussão envolvendo o suposto furto de duas peças de roupa.
Sem remorso
Aos policiais, o presidiário disse que levou um soco de André após confrontá-lo sobre onde estariam as bermudas. Depois de supostamente ser agredido, Caio disse ter partido para cima do colega de cela, atingindo-o com pelo menos 40 golpes na cabeça e no tronco. Logo em seguida, teria começado a gritar que havia um interno passando mal.
O detento informou que havia agredido o outro interno em razão do furto das bermudas e não expressava arrependimento, tendo dito que “arrebentou ele mesmo”. Caio relatou, ainda, que se André não fosse socorrido para o hospital ele “morreria lá mesmo”.
Um médico que integra a equipe de saúde da Papuda constatou a gravidade dos ferimentos e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado. Após chegarem à conclusão de que o preso corria risco de morte, André foi socorrido de helicóptero para o Hospital de Base do DF (HBDF).
Após exames preliminares, os médicos concluíram que o detento está com um edema grave no cérebro e ficará sob acompanhamento, sem sedação, por 12 horas. O risco de morte cerebral é grande, segundo fontes ouvidas pela coluna.
Créditos: Metrópoles.