A missão Artemis 1 da Nasa está programada para esta segunda-feira (29). A viagem não tripulada de 42 dias irá além da Lua e retornará à Terra. A distância será a maior já percorrida por uma espaçonave na história.
Essa será apenas a primeira parte da missão, que tem como objetivo levar humanos de volta à Lua após 50 anos. A expectativa é que os astronautas voltem a pisar na superfície lunar até 2025.
A missão poderá ser acompanhada a partir das 7h30 da manhã (horário de Brasília) pelos canais oficiais da Nasa. A janela de lançamento será entre as 9h33 e as 11h33 (horário de Brasília).
Lançamento
O gigantesco foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) decolará do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Os quatro motores RS-25, com dois aceleradores de cada lado, vão gerar um impulso 15% maior que o do Saturno V, do programa Apollo.
Dois minutos depois do lançamento, os aceleradores cairão no oceano Atlântico. Após oito minutos, o núcleo principal do foguete se desprenderá e a cápsula Orion seguirá viagem. Depois de completar a órbita da Terra, ela seguirá para a Lua.
Trajetória
A cápsula Orion — impulsionada por um módulo de serviço construído pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) — foi criada para levar astronautas a bordo no futuro. Chegar à Lua levará vários dias, e a maior aproximação será a cerca de 100 km do satélite natural da Terra.
A cápsula acionará os motores para chegar a uma “órbita retrógrada distante” de 64 mil quilômetros além da Lua — uma distância recorde para uma nave espacial capaz de conduzir pessoas.
“Distante” se refere à elevada altitude, e “retrógrada”, ao fato de que Orion girará em torno da Lua em sentido oposto àquele em que a Lua orbita a Terra. Após se aproximar da Lua, Orion começará o retorno.
Viagem para casa
O objetivo principal da missão é testar o escudo de calor da cápsula. Com 5 m de diâmetro, ele é o maior já construído. Ao entrar na atmosfera, deverá suportar uma velocidade de 40.000 km/h e temperaturas de 2.760°C.
Graças a vários paraquedas, a cápsula deve cair suavemente no oceano Pacífico, em frente à costa de San Diego, nos Estados Unidos. Mergulhadores vão amarrar cabos nela e rebocá-la para uma embarcação da Marinha americana.
A tripulação
A cápsula levará um boneco chamado Campos, em memória ao engenheiro que evitou uma tragédia na missão Apollo 13, em 1968.
Campos contará com sensores para registrar acelerações e vibrações e estará acompanhado por outros dois bonecos, Helga e Zojar, feitos com materiais que imitam ossos e órgãos. Um vestirá um colete de radiação para testar o impacto da radioatividade no espaço.
O que será visto?
Muitas câmeras tornarão possível observar a viagem de vários ângulos, incluindo o de um passageiro da cápsula. Câmeras nos painéis solares registrarão selfies da nave com a Terra e com a Lua no fundo.
CubeSats
A vida imitará a arte com um dispositivo tecnológico denominado Calisto, inspirado no computador falante da Starship Enterprise, nave espacial ficcional da série Star Trek, criada na década de 1960, que mostrava as aventuras da tripulação da nave.
Trata-se de uma versão melhorada da assistente de voz Alexa, da Amazon, que será acionada para ajustar a luz da cápsula ou ler dados de voo. A ideia é facilitar a vida dos futuros astronautas.
Uma dezena de CubeSats, satélites do tamanho de uma caixa de sapatos, será lançada do alto do foguete para tarefas como estudar asteroides, examinar o efeito da radiação em organismos vivos e procurar água na Lua.