Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou em uma entrevista à CNN Brasil, que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília passaram por um treinamento específico para invadir as sedes dos três poderes e executar um plano de golpe.
“As investigações mostraram —e várias testemunhas e réus disseram isso— que nos acampamentos, inclusive no quartel de Brasília, aconteceram palestras [para os acampados], em que se dizia que eles deveriam invadir os prédios [dos três Poderes] e ficar, principalmente no Congresso Nacional, até que fosse convocada uma GLO [Garantia da Lei e da Ordem] e o Exército chegasse. A partir daí, o movimento seria o de fazer com que as Forças Armadas aderissem àquele golpe”, disse Moraes à CNN.
Moraes fez questão de ressaltar que, embora tenham sido discutidas possíveis ações com militares durante os ataques de 8 de janeiro, as Forças Armadas, enquanto instituição, nunca flertaram com essa possibilidade.
O presidente Lula decidiu pela intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, sem a utilização da GLO, medida que foi considerada mais adequada pelas autoridades dos Poderes em Brasília.
Segundo ele, o temor era de que a aplicação da GLO naquele ambiente desconhecido pudesse fornecer aos golpistas exatamente o que eles buscavam: militares armados.
Em outra entrevista, Moraes afirmou que os manifestantes mais exaltados do 8 de janeiro defendiam que ele fosse “preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, conforme entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, 4.
“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse Moraes.