O secretário de Governo da Prefeitura de Guarulhos, Edmilson Americano, vem se destacando no cenário político por ser braço direito do prefeito Guti, um jovem que completa 39 anos neste dia 30, mas já é apontado como o grande responsável pela transformação da paisagem urbana do segundo maior município do Estado de São Paulo. Nesta entrevista ao Terra Brasil, Americano conta um pouco como ele ajudou o Executivo na difícil tarefa de recuperar uma cidade que foi devastada por 16 anos de administrações de prefeitos do PT. Para se ter uma ideia, em 2016, Guarulhos tinha rodízio no abastecimento de água para 92% de sua população. A água só chegava ao consumidor uma vez a cada dois ou três dia. O tratamento de esgoto era de 2% e a dívida do município correspondia a dois orçamentos anuais.
Secretário, Guarulhos vem ganhando destaque na mídia de todo o país devido às transformações que vem vivendo nos últimos anos. Como o senhor, que milita na política local há cerca de 30 anos, enxerga este momento?
– Quem chega hoje em Guarulhos, neste final de 2023, não deve nem imaginar o que essa cidade era até poucos anos atrás. Infelizmente, devido ao descaso e falta de comprometimento de governos seguidos, Guarulhos não recebeu os investimentos necessários em obras de infraestrutura para garantir uma vida digna para sua população. Tivemos no início da década de 90, ainda na administração do ex-prefeito Paschoal Thomeu, algumas ações positivas principalmente no sentido de garantir o desenvolvimento econômico. Mas mesmo assim não evoluíram a ponto de deixar grandes marcas. De 2001 até 2016, Guarulhos sofreu nas mãos de quatro gestões petistas, que no final da conta foram um retrocesso. Não são em quatro anos ou oito que vamos conseguir consertar tudo que foi feito de errado por décadas.
Como se inicia essa transformação?
– Indiscutivelmente com a eleição do prefeito Guti em 2016. Era um momento complicado não só na cidade, mas no Brasil como um todo. Vivíamos momentos bastante tensos na política nacional, com o advento da Lava Jato, que envolveu todo o governo do PT nas mais diferentes esferas, inclusive em contratações realizadas pela Prefeitura de Guarulhos que estava nas mãos deles. A população estava cansada de tantos desmandos e deu um basta. Apostou nas ideias de um jovem candidato, vereador por dois mandatos na Câmara Municipal. Lá já pude perceber que o Guti era um cara diferenciado. Quando muitos o tratavam como moleque, eu já percebia que se tratava de um político sério com ideias que realmente poderiam mudar a realidade da cidade. Guarulhos precisava disto, de um rompimento com as estruturas que perduravam em toda a gestão.
Como foi sua participação neste governo desde o início?
– Apoiei a eleição do Guti em 2016 e já em 2017, mesmo não estando no Governo, passei a auxiliar a gestão como um colaborador e até consultor. No segundo ano, assumi a Secretaria de Serviços Públicos, onde desenvolvemos um importante trabalho em diferentes áreas, mas principalmente na questão na gestão de resíduos sólidos. Tínhamos um aterro prestes a ser esgotado que, no final daquele ano, às vésperas do réveillon, sofreu um desabamento, que poderia se tornar uma catástrofe ambiental. Porém, agimos rápido e conseguimos adotar medidas mitigadoras que impediram problemas maiores. Viramos madrugadas na gestão daquela crise, que felizmente teve um final feliz. Conseguimos fazer novos contratos para a coleta e destinação do lixo urbano por valores bem menores do que eram praticados nas gestões passadas. Reestruturamos o sistema de cemitérios, iniciamos um importante trabalho para a renovação da frota da Prefeitura, que se encontrava completamente sucateada. Nem ambulâncias para o transporte ambulatorial tínhamos. Não foi fácil, ainda mais que Guarulhos ainda sofria muito com o grande endividamento que herdamos. Guti pegou a cidade com mais de R$ 7 bilhões em dívidas.
Diante de uma situação tão complicada, como foi possível reverter esse quadro e fazer Guarulhos avançar?
– Mais uma vez temos que destacar a determinação do prefeito Guti. Como eu já disse antes. Eu nunca vi uma pessoa tão compromissada com o município. Em momentos mais complicados, ele se colocava à frente dos problemas, muitas vezes virando madrugadas inteiras acordado junto às equipes nas ruas. Ele é o comandante. Tem que dar o exemplo. Neste sentido, somos muito parecidos. Não tem hora ruim. Trabalhamos de segunda-feira a domingo, 24 horas por dia, sempre que for necessário. O importante sempre foi atuar para recuperar Guarulhos em todos os sentidos. Quando vim para a Secretaria de Governo me aproximei ainda mais do prefeito Guti e pude atuar em outros setores. A partir daquele momento, estabelecemos uma relação fundamental na execução dos grandes projetos da Prefeitura.
Quais foram os grandes desafios e conquistas ao longo destes últimos 7 anos?
– Sempre é importante frisar que o Guti pegou uma cidade falida, até por causa da dívida como pela falta de investimentos nos mais diferentes setores. Era preciso recuperar as finanças e ao mesmo tempo olhar para frente. Como fazer isso sem dinheiro? Aí é que entra a grande capacidade do atual prefeito, ao saber se cercar de pessoas comprometidas e com ideias inovadoras. A cidade sofria com o desabastecimento de água. 92% da população tinha o rodízio. Eram algumas horas com água e até cinco dias com torneiras secas. Como resolver isso se o Saae devia mais de R$ 3 bilhões para a Sabesp? Afinal, as gestões do PT compravam a água da Sabesp, cobravam as contas da população pelo Saae, mas não pagavam o fornecedor. Numa atitude ousada, com o aval da Câmara Municipal, Guti fez um acordo fantástico com o Estado, repassando o Saae para a Sabesp. Em 2019, a Sabesp realizou os investimentos necessários e acabou com o rodízio. Hoje temos abastecimento todo dia em 100% da cidade. Isso é inovação, é inteligência, é gestão. O mesmo aconteceu com o esgoto. Eram só 2% tratados. Estamos caminhando para 40% e devemos terminar nossa gestão com 50%.
Como surge a ideia de realizar a macrodrenagem do rio Baquirivu?
– Então, este era um projeto de responsabilidade do Governo do Estado, que deveria ter sido realizado em 2014. No entanto, devido à falta de habilidade política das gestões do PT, o então governador Geraldo Alckmin desviou os recursos para Campinas durante a crise hídrica, com a finalidade de recuperar mananciais naquela região. E Guarulhos continuava sofrendo com as enchentes ao longo do todo o curso do Baquirivu. Era muito triste ver a população perder tudo o que tinha a cada chuva mais forte. O Guti vivenciou isso diversas vezes, quando ia a essas regiões para atuar pessoalmente no atendimento às famílias afetadas. Ele determinou que encontrássemos uma solução, quando surgiu a oportunidade de obter um financiamento internacional por meio da CAF (Corporação Andina de Fomento). Isso não foi da noite para o dia, começou em 2018. Não foi fácil. Cumprimos todas as exigências legais e tivemos a aprovação do Senado e do presidente Jair Bolsonaro, que deram o aval necessário para Guarulhos se habilitar para receber os quase 100 milhões de dólares necessários para as obras. Agora, já é uma realidade. São diversas frentes de trabalho ao longo de todo o Baquirivu. Em breve, teremos o rio e os afluentes recuperados e construiremos o maior parque linear da cidade, cinco vezes maior que o Bosque Maia em extensão.
Que outras conquistas o senhor pode citar?
– O novo Hospital Infantojunvil de Guarulhos, o HIG, que estamos construindo por meio de uma PPP (Parceria Público Privada), que foi firmada em leilão realizado na Bolsa de Valores. Vamos dobrar a capacidade de atendimento do atual Hospital da Criança. Isso é inovação, é transformação. Posso citar também a troca de todo o parque de iluminação pública de Guarulhos por lâmpadas de led, que estamos concluindo neste mês. Além de economia de cerca de 50% nos cofres públicos nas contas de energia, temos muito mais eficiência energética. E iluminação significa mais segurança para a população. Quando pegamos a cidade, tínhamos 8 mil lâmpadas queimadas, que demoravam meses para serem substituídas. Era mais de 10% da cidade às escuras.
Americano, você é cotado para ser o próximo candidato a prefeito de Guarulhos. Você se sente preparado para esta missão?
– Primeiro tenho que deixar claro uma coisa. Se estou nesta condição, isso se deve ao prefeito Guti que me deu a oportunidade de exercer este trabalho de liderança na gestão municipal. Tenho grande admiração pelo trabalho que ele realizou nestes 7 anos e a certeza de que essa gestão precisa ter uma continuidade à altura. Não trabalhamos neste tempo todo para a próxima eleição, mas para as próximas gerações. É isso que conta. Não estou preocupado se serei eu ou outro nome de nosso grupo. Mas garanto que tenho todas as condições de ser o nome escolhido para manter este trabalho sério que é realizado em Guarulhos. Não podemos de forma alguma deixar que Guarulhos volte às mãos da esquerda. Por isso, essa união em torno do nome que será escolhido pelo prefeito Guti é fundamental. E eu tenho o compromisso, a humildade e, acima de tudo, a lealdade de seguir junto deste grupo para levar adiante essa transformação iniciada pelo Guti.
Fonte: Assessoria