O Ministério Público acusa Cristina Fernández de Kirchner, vice-presidente da Argentina, de ter chefiado uma associação para cometer fraude contra o Estado quando era presidente, entre 2007 e 2015, ao supostamente dirigir contratos milionários para obras rodoviárias na província de Santa Cruz.
O promotor Diego Luciani, à frente deste caso conhecido como “Roadway”, pediu nesta semana 12 anos de prisão para Fernández e inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos. A informação é da CNN Brasil.
A ex-presidente garante ainda que essa acusação de corrupção — a única contra a vice-presidente — é infundada e que é uma perseguição contra ela e o projeto político que ela representa. Em suas palavras, ele afirma que não está “perante um tribunal da Constituição, mas diante de um pelotão de fuzilamento midiático-judicial” e que a sentença contra ela já está escrita.
Quais são as acusações contra Cristina Fernández de Kirchner?
Fernández é acusada de ter liderado uma associação ilícita para fraudar a administração pública durante um período que abrange suas duas presidências (2007-2011 e 2011-2015), extraindo recursos do Estado para seu benefício pessoal ou de terceiros.
O Ministério Público argentino afirma que, junto com vários ex-funcionários de seu governo, dirigiu contratos milionários para obras rodoviárias que, segundo a denúncia, estavam incompletas, superfaturadas e até desnecessárias.
Fernández de Kirchner desmente as acusações.
A denúncia refere-se especificamente a 51 concursos na província de Santa Cruz, de onde era seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, e onde ambos desenvolveram boa parte de suas carreiras profissionais e políticas antes de saltarem para o cenário nacional.
Nessa acusação há outra figura fundamental, a de Lázaro Báez, ex-parceiro do casal Kirchner e que os promotores apontam como o principal beneficiário dessa suposta fraude. Ou seja, que ele teria sido o favorecido com a direção dos trabalhos, e que, posteriormente, por meios diversos, teria beneficiado economicamente seus supostos sócios.
A promotora Luciani — que marca o início da suposta fraude no governo de Néstor Kirchner — afirma que, para desviar recursos, “da noite para o dia, Lázaro Báez tornou-se empresário da construção civil, amigo do então presidente da nação e sócio dele e de sua esposa.”